Uma das grandes preocupações atuais das empresas está relacionado ao crescimento do número de casos de dependência, uso e abuso de álcool e drogas entre seus empregados, segundo a Organização Mundial da Saúde, o número chega a 10% do quadro e causa impactos no dia a dia da com licenças médicas longas, faltas, atrasos e baixo rendimento, quando se considera este cenário em empresas, o uso de álcool e drogas potencializa os riscos de acidentes graves nas operações. Este estudo teve como objetivo analisar a implantação de um programa de dependência química em uma empresa de grande porte. Trata-se da análise e estudo de caso 7.000 empregados que opera 24 horas em turnos. Analisou-se o programa ao longo de 2 anos (2015 e 2016) desde a fase de elaboração da política interna da empresa, desenvolvimento de sistema de testagem aleatória (por sorteio), com testes através de etilômetro e amostra de urina com envio para laboratório especializado. Analisou-se o acompanhamento dos empregados que aderiram ao programa com reuniões semanais conduzidas por equipes multidisciplinares composta por Psiquiatra, Médico do Trabalho, Psicólogo, Terapeuta Ocupacional, Enfermeira do Trabalho e Assistente Social. Verificou-se neste estudo que o programa de dependência química teve uma relevante adesão voluntária de 90% dos participantes, enquanto os outros 10% ingressaram após terem os resultados identificados como positivo na testagem aleatória. Verificou-se também a reabilitação gradativa dos empregados participantes com índice de 60% no período analisado (em relação ao total de participantes). Também constatou-se que o número de empregados com testagem positiva reduziu aproximadamente 50% no período analisado, com tendência atual de estabilização. O programa apresentou ganhos tangíveis com a recuperação de empregados e com a redução de testes com resultados positivos, e ao analisar os ganhos intangíveis, foi expressivo o ganho para a empresa e para o bem-estar dos empregados.