Introdução: A rede de atenção à saúde quando bem articulada é essencial para a efetividade do cuidado contínuo e especializado que requer a criança com doença crônica. Objetivo: Analisar a articulação do cuidado à criança com doença crônica na rede especializada. Metodologia: Pesquisa qualitativa, descritiva, realizada em três Policlínicas de um município nordestino. Participaram das entrevistas cinco profissionais especialistas no período de dezembro/2018 a março/2019. Os dados foram interpretados a partir da análise temática. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de uma instituição federal, parecer nº 0151/17. Resultados: O acesso ao serviço de atenção especializada é através do instrumento de referência preenchido pelos profissionais da Atenção Primária à Saúde da qual a família da criança com doença crônica é cadastrada. Entretanto, a criança que reside em área descoberta, primeiro é atendida na unidade de saúde localizada no mesmo espaço físico da policlínica, e de acordo com a necessidade, é referenciada para o especialista. Isto faz com que o especialista não tenha para onde contrarreferenciá-la e todo seu cuidado e acompanhamento fica a cargo apenas da atenção especializada. Discussão: A existência de áreas descobertas pela atenção primária, faz com que o acesso aos serviços especializados para a população deste território seja prejudicado. Dessa forma, a rede especializada não tem com quem articular para dar prosseguimento ao cuidado e trocar informações sobre a criança com doença crônica atendida, o que resulta na fragilidade e fragmentação da rede de atenção à essa população específica. Conclusão: Compreende-se que, as falhas na articulação da rede especializada com outros serviços de saúde geram déficits no cuidado e acompanhamento à criança com doença crônica. Contribuições e implicações para a enfermagem: A integração dos serviços nos níveis primário e secundário é primordial na garantia de uma assistência integral à criança com doença crônica.