A Síndrome HELLP (SH) é uma complicação da pré-eclâmpsia caracterizada por hemólise, aumento de enzimas hepáticas e plaquetopenia com repercussões clínicas para mãe e feto. As mulheres com piora dos parâmetros da SH apresentam risco elevado de morbidade e mortalidade. Esse estudo teve como objetivo relatar o manejo do caso de uma gestante diagnosticada com SH a partir do atendimento realizado no cenário hospitalar. O relato de caso foi autorizado pelo CEP sob o parecer nº 2.420.764. Trata-se de uma mulher de 28 anos, IG de 25s1d com queixa inicial de epigastralgia e náuseas. Por ser tratar de sintomatologia comum da gravidez, a paciente procurou atendimento 6 dias após o início das queixas. Diagnosticada com quadro de eclâmpsia, definiu-se conduta de cirurgia cesariana de urgência com transferência para um hospital com condições de oferecer suporte mais avançado. A paciente evoluiu para SH sendo constatada morte encefálica no dia seguinte. Durante o pré-natal, a gestante não apresentou sinais de alerta (proteinúria, edema, alteração da pressão arterial) que pudessem fazer menção à ocorrência da pré-eclâmpsia. Observou-se que as intervenções preconizadas foram estabelecidas mas incapazes de evitar as complicações que transcorreram após o diagnóstico. O diagnóstico tardio das complicações da gravidez resulta em desfecho irreversível para mãe e feto. Apesar da epigastralgia ser descrita como sintoma clínico e associada a patologia digestiva, deve servir de alerta para o diagnóstico da SH, uma vez que está associada à área de infarto nos vasos hepáticos. A descrição do caso enuncia o manejo da assistência intra-hospitalar na tentativa de evitar a mortalidade materna e fetal.