REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 5 (2021)

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TRAUMAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Dalva Cadeu de Oliveira, Valquiria Monteiro, Antônia Roseli Esteves

Resumo


Considera-se que a Indústria da Construção Civil é uma atividade econômica que envolve tradicionais estruturas sociais, culturais e políticas. É nacionalmente caracterizada por apresentar um elevado índice de acidentes de trabalho e está em segundo lugar na frequência de todos acidentes registrados em todo o país. Esse perfil pode ser traduzido como gerador de inúmeras perdas de recursos humanos e financeiros no setor. Uma pessoa a cada quinze segundos morre no mundo vitima de acidente de trabalho e o Brasil, segundo o Ministério Público do Trabalho, ocupa o quarto lugar no ranking mundial em acidentes deste tipo. As atividades relacionadas à área da construção civil são uma das que mais colocam a vida do trabalhador em risco, dados do Anuário Estatístico do Ministério da Previdência Social (AEPS) indicam que só em 2015 foram registrados 41.012 acidentes apenas neste setor. A cada quarenta e oito segundos um trabalhador se acidenta no ambiente ocupacional. Em média, a cada quatro horas um trabalhador morre por falta de uma cultura de prevenção à saúde e à segurança do trabalho. A pesquisa tem como objetivo conhecer as principais causas de trauma na construção civil e consequentes causas de afastamento temporário e definitivo do trabalho e a importância da intervenção fisioterapêutica na prevenção dos traumas. A metodologia baseou-se na busca de artigos no banco de dados Pubmed, Medline, Scielo. Os resultados mostram que os acidentes graves e fatais mais comuns na construção civil constituem um grupo de quatro elementos, também conhecido como Fatal Four. São as quedas de objetos em movimento, choque elétrico, esmagamento que inclui o soterramento, e as quedas que são o principal fator de acidentes na construção. O índice de acidentes do trabalho na construção civil cresce de forma alarmante, gerando gastos consideráveis para os cofres públicos; bem como prejuízos psicossociais. A perspectiva é ainda mais preocupante quando constata-se que a maior parte dos acidentes ocorre por falta de atenção do trabalhador, isso demonstra uma questão cultural, onde não basta fornecer os equipamentos de segurança e entregar ao funcionário toda estrutura de apoio e dar os devidos treinamentos, se o mesmo não tem a atenção necessária ao realizar a atividade. Conclui-se que a busca para minimizar os índices estáticos atuais, aplica-se à educação continuada multiprofissional, onde não só a reabilitação e reintegração do profissional será considerada e que a fisioterapia terá papel primordial não só atuando na reabilitação, mas também na prevenção dos traumas. O conhecimento do fisioterapeuta do trabalho permitirá uma ação direta na redução dos acidentes e dos afastamentos por motivos de saúde, além de proporcionar uma melhora significativa no bem-estar e qualidade de vida do trabalhador em seu ambiente laboral.

 


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ISSN 2179-1589

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