REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

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A AMEAÇA DA FEBRE AMARELA E O RECENTE SURTO NO BRASIL

Aneliza Morais de Oliveira, Larissa Cristina de Assis, Francis Cristina Cunha Mahalem, Nathaly Machievelli Galeazzi, Ricardo Motta Pereira

Resumo


INTRODUÇÃO: A febre amarela (FA) é uma doença viral, infecciosa, não contagiosa, autolimitada e de gravidade variável. Possui um caráter sazonal e acomete principalmente homens jovens. Ela é transmitida pela picada do mosquito fêmea infectado dos gêneros Aedes (vetor urbano), Haemagogus e Sabethes (vetores silvestres). Os exames que comprovam a infecção demoram cerca de uma semana para concluir o resultado, o que dificulta o manejo clínico da doença. Seu tratamento é sintomático e como profilaxia existe a vacina e o controle ambiental de vetores e dos criadouros. A vigilância da FA encontra-se normatizada pela Portaria n° 104/GM/MS, caracterizada como doença de notificação compulsória imediata, devendo ser feita em no máximo 24 horas a partir da suspeita inicial. OBJETIVO: Contextualizar a FA no Brasil com ênfase no aumento de casos ocorrido início do ano de 2017. MÉTODOS: Tratou de uma revisão narrativa da literatura, acerca do recente aumento no número de casos de FA no país, realizada por meio da análise de estudos publicados nas principais bases de pesquisa científica como: Pubmed, Scielo, BVS, e outros meios de comunicação vinculados ao Ministério da Saúde. RESULTADOS: Até o dia 31 de maio de 2017 o número de casos suspeitos chegou a 3.240, em 407 cidades brasileiras, com 274 mortes confirmadas. A região sudeste foi a mais acometida, e o estado de Minas Gerais o mais atingido com 488 casos confirmados, em 54 municípios, e 165 óbitos; seguido pelo estado do Espírito Santo com 256 casos confirmados e 82 mortes. Casos de menor gravidade foram relatados também nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e no Distrito Federal. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Esse é o maior número de casos notificados desde que se iniciaram os registros há 37 anos, de acordo com o Ministério da Saúde. Esse mesmo órgão classificou o episódio como um surto, uma vez que o fato ocorreu em regiões específicas, sem seu espalhamento. Por sua vez, uma epidemia se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões. O aumento no número de notificações no ano de 2017 pode ser atribuído a diversos fatores como: a baixa cobertura vacinal realizada na região sudeste nos últimos anos, visto que a última ocorrência do ciclo urbano da FA foi em 1942; à falha na vigilância epidemiológica das epizootias em primatas não humanos ocorridas principalmente nas regiões norte e leste de Minas Gerais; e até mesmo, a possibilidade que outras doenças de sintomatologia semelhante como a dengue, zika e chikungunya tenham sido confundidas, o que contribuiu para a promoção de notificações equivocadas. Para que ocorra a erradicação da FA é necessário o apoio de toda a população em relação às campanhas de vacinação, combate aos vetores e na notificação de epizootias. Assim, medidas podem ser tomadas antes que se amplifiquem as terríveis consequências da doença.




ISSN 2179-1589

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