A disciplina Contabilidade de Custos tem várias dimensões: custos de fabricação, custos para vendas, custos para controle, entre outras, e para isso foram desenvolvidas teorias e metodologias de cálculo específicas para atender às necessidades de informação.

Apresentar isso aos alunos de maneira que os mesmos consigam compreender a complexidade da formação de custos é um desafio, pois os cálculos propriamente ditos são apenas a materialização da aplicação de conceitos muito específicos definidos para que se possa representar a realidade de um sistema no mundo real de forma compreensível.

A metodologia de ensino da Contabilidade de Custos utilizada inicia-se com a apresentação da terminologia e classificação, a seguir estuda-se a construção de custos de fabricação onde se utiliza o custeio por absorção aplicando-se os conceitos de custos diretos e indiretos, depois custos de vendas onde se utiliza o custeio variável com aplicação dos conceitos de custos fixos e variáveis, e a partir desse momento quando o aluno obtém uma base conceitual apresentam-se estudos de caso onde se aplicam ferramentas de gestão de custos.

A partir desse ponto o aluno deve ser apresentado às novas teorias e tendências tais como Método de Custeio ABC, Teoria das Restrições, aplicação de programação linear para otimização do mix de produtos e maximização de lucros, e por fim ensinar o aluno a calcular o valor de venda através do markup.

Pode-se apresentar todo esse conteúdo na forma tradicional utilizando-se papel, caneta e calculadora, ou, inovar e apresentar as metodologias de cálculo diretamente em planilhas eletrônicas nos microcomputadores. O resultado será o mesmo, mas por exemplo num exercício onde se define o mix de produtos a serem vendidos, e a planilha tiver sido construída de forma indexada, caso seja necessário que diversas simulações sejam feitas, basta fazer uma cópia da planilha pronta para cada nova simulação, alterar na cópia os dados e obtém-se o novo resultado de imediato. Nesse caso o exercício feito no papel, cada simulação seria trabalhosa e lenta comparada a um exercício elaborado em planilhas eletrônicas.

Neste método de ensino o aluno é orientado de forma a compreender e construir planilhas eletrônicas e dessa maneira desenvolver visão sistêmica e capacidade de representar dados da realidade em modelos matemáticos aplicados.

Há de se observar que atualmente grande parte das empresas utilizam sistemas informatizados que permitem a exportação de dados processados para planilhas eletrônicas. Gestores utilizam esses dados exportados em planilhas eletrônicas e elaboram relatórios e gráficos.

Considerando o exposto pode-se afirmar que com esse método de ensino onde o aluno aprende o conteúdo de custos, como representar as soluções em planilhas eletrônicas a escola está construindo um diferencial para o aluno onde o mesmo aumenta sua capacidade de abstração, e qualifica-se melhor para o mercado de trabalho. Além do exposto tem-se uma percepção de que o processo de ensino está evoluindo e acompanhando os avanços tecnológicos.

ISSN 2179-1589