REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

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NOVAS PERSPECTIVAS PARA TRATAMENTO CIRÚRGICO DA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE)

Ricardo Motta Pereira, Lorena Costa Cardoso, Pedro Orsato, Priscilla Ramalho Garcez

Resumo


INTRODUÇÃO: A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) se desenvolve quando o conteúdo gástrico reflui, de maneira frequente, para o esôfago devido a alterações que envolvem a função do esfíncter esofágico inferior (EEI), o peristaltismo esofágico e o esvaziamento gástrico. A DRGE acarreta importantes complicações como a esofagite, o esôfago de Barrett e o adenocarcinoma de esôfago. É uma doença de elevada prevalência e exerce forte impacto sobre a qualidade de vida entre os acometidos. O tratamento clínico tem por objetivo reduzir o potencial lesivo do conteúdo gástrico por meio da administração de inibidores da bomba de prótons (IBP), procinéticos e mudanças comportamentais. A correção cirúrgica é indicada em casos graves ou refratários ao tratamento clínico, sendo a fundoplicatura laparoscópica total ou parcial as técnicas mais utilizadas. Atualmente, novas técnicas cirúrgicas, realizadas por via endoscópica, têm sido desenvolvidas, testadas em animais de experimentação e algumas já realizadas no homem. OBJETIVO: Evidenciar algumas técnicas cirúrgicas endoscópicas promissoras para o tratamento da DRGE e analisá-las quanto sua disponibilidade e aplicabilidade no homem. MÉTODOS: Tratou-se de uma revisão narrativa da literatura a partir de artigos originais indexados nas principais bases de pesquisa científica. Os descritores utilizados foram: DRGE, refluxo gastroesofágico, fundoplicatura laparoscópica, cirurgia endoscópica e cirurgia experimental gástrica. RESULTADOS E CONCLUSÕES: No porco, técnicas como a fixação total entre o estômago e a junção gastroesofágica, com uso de grampeador endoscópico; e a injeção endoscópica de microesferas de polimetilmetacrilato na região do EEI obtiveram sucesso no tratamento da DRGE. Entretanto, o potencial terapêutico e aplicabilidade dessas técnicas no homem continuam sob avaliação e aprimoramento. No homem, a aplicação de radiofrequência na região do EEI se mostrou eficaz, mesmo após uma década de sua aplicação, quando combinada ao uso de IBP. Por outro lado, os efeitos a longo prazo de técnicas endoscópicas como a fundoplicatura transoral e a injeção de biopolímeros no EEI, ainda são desconhecidos. Assim, o acompanhamento à longo prazo dessas novas abordagens deve ser estimulado, uma vez que é sugerida a diminuição da eficácia ao longo do tempo.



ISSN 2179-1589

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