REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

Toxina Botulínica e Paralisia Cerebral

Núbia Santiago Freitas, Flaviane Sarah Silva Nascimento, Raphaella Silva de Siqueira César

Resumo


A paralisia cerebral (PC) é uma doença neurológica não progressiva, causada por fatores pré-natais, perinatais e pós-natais, que afeta o cérebro imaturo interferindo na maturação do sistema nervoso central (SNC).A PC é caracterizada por distúrbios motores e alterações posturais, podendo estar associado à alterações cognitivas, sensitivas, visuais ou auditivas.

O padrão espástico, causado pelo acometimento do moto neurônio superior do córtex, é o quadro mais frequente. No qual ocorre aumento do tônus muscular com exacerbação dos reflexos profundos, alterações decorrentes da hiperexcitabilidade do reflexo de estiramento.

O padrão de marcha na criança com PC espástica diplégica e hemiplégica não pode ser determinado de forma equivalente em todos os pacientes. As características cinesiológicas da marcha dependem naturalmente do tipo, tamanho e localização da lesão no SNC. Um tratamento que tem se mostrado eficaz para o controle da espasticidade é a toxina botulínica tipo A (TBA), que é produzida por uma bactéria anaeróbia, chamada Clostridium botulinum, na qual bloqueia a liberação sináptica da acetilcolina dos terminais nervoso colinérgicos, principalmente na junção neuromuscular, tendo por resultado a inibição da hipertonia, realizando um relaxamento muscular, possibilitando um melhor trabalho de aprendizado de marcha. Contudo, a ação da TBA só tem uma eficácia melhor associada a fisioterapia, de forma indispensável para melhoria da qualidade de vida dentro de cada padrão.

Programas de tratamento cinesioterapêuticos são fundamentais após a injeção da droga, pois têm como objetivo adequar o tônus muscular, melhorar o comprimento e força muscular, estimular a transferência de peso no membro parético e inibir a reação positiva de apoio, além de orientar os cuidadores quanto à realização diária dos exercícios de alongamento em casa.



ISSN 2179-1589

PUBLICAÇÕES UNIVERSO