Em momentos de crise, parece que todo nosso esforço para superar as dificuldades nunca é suficiente. E mesmo trabalhando arduamente na busca de novos negócios, na gestão financeira das empresas, na melhoria de produtos, na redução de custos e na busca de novos clientes, parece que as contas estão cada vez mais difíceis de fechar no final do mês.

Isso porque em momentos de crises só o esforço não é suficiente. Continua sendo vital trabalhar mais, esforçar mais, dedicar mais, se comprometer mais. Porém, é necessário direcionar, focar de forma eficaz a gestão de todo este esforço, principalmente se estivermos nos focando apenas em pontos errados, o que pode agravar ainda mais a crise.

Basta ler as revistas e os jornais de negócios e vamos perceber empresas de um mesmo ramo que estão crescendo apesar da crise ou superando a crise de forma mais rápida, enquanto outras empresas estão custando a sobreviver.

Se o cenário é o mesmo para todos, a gestão é um dos principais fatores de diferenciação.

Me preocupa quando as pessoas simplificam a gestão dizendo que se trata apenas de Planejar, Dirigir, Controlar e Avaliar. Sim, também é isto. Porém,a administração hoje aprofundou seu conhecimento nas mais diversas áreas como estratégia, marketing, finanças, pessoas, processos e todas as especialidades da administração.

Quando um empresário canaliza este esforço aproveitando de todo o conhecimento disponível dos especialistas em gestão, é possível um diagnóstico da situação, e assim determinar em quais áreas os esforços serão mais efetivose o retorno mais compensador.

Se a questão é custo, quais são as metodologias que me permitem redução de custo, sem que seja afetada a percepção de valor do meu cliente, sem que eu perca os meus diferenciais, os meus talentos, não enfraquecendo os meus pontos críticos de sucesso?

Se a questão é financeira, devo buscar solução para equilíbrio do fluxo de caixa, na lucratividade, ou meu problema é de rentabilidade?

A estratégia para sair da crise passa pelas questões financeiras e de custo, mas não podemos negligenciar a busca da retomada das vendas. Por circunstância do mercado, uma empresa pode até ter queda em suas vendas, mas não pode perder sua participação de mercado, pois dessa forma estaria pior que seus concorrentes.

Já as estratégias para aumentar sua participação de mercado passam pelo marketing com uma análise do mercado, da mudança do perfil e do comportamento dos compradores, o que nos leva a um novo posicionamento. E hoje temos que investir na utilização de todas as facilidades que as mídias digitais nos oferecem, a um custo relativamente muito inferior.

Se a questão a ser trabalhada é nossa equipe de vendas, como podemos organizar essa força de vendas, qual suas carências, como motivá-la, orientá-la para a nova realidade? Não adianta fazer reuniões matinais e pedir maior comprometimento, maior empenho e deixar que a equipe saia “batendo cabeça” no mercado. É papel do gestor comercial definir as estratégias de preço, de segmentação, como será a gestão da carteira, e muitas outras variáveis vitais para o sucesso em vendas.

O que eu estou procurando chamar atenção é que nos momentos de crise é fundamental que haja uma mobilização nas empresas, pois as pessoas de todos os níveis e cargos estão mais sensibilizadas.Todos têmmuito a perder caso não seja encontrada uma saída o mais rápido possível. E isto é possível buscando usar todo o conhecimento que foi sendo desenvolvido no longo dos anos. Na administração, este aprendizado é realizado no campo, nas experiências de empresas, em estudos de casos.

A retomada pode ser muito mais rápida, se acertamos na escolha da estratégia correta ou das estratégias corretas.