REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

A RELAÇÃO ENTRE A ENFERMAGEM E A TRANSEXUALIDADE

Felipe Rodrigues de Almeida, Janaína Lopes de Miranda, Renata Maria Costa, Reane Fonseca Martins

Resumo


Este trabalho tem por objetivo sensibilizar os profissionais da área da saúde, principalmente os enfermeiros, frente à assistência à saúde de travestis e transexuais. Os transgêneros ou transexuais são aqueles indivíduos que vivem um gênero (social, cultural) discordante com do sexo biológico. Historicamente, essa população é estigmatizada, marginalizada e perseguida. Para entendermos a assistência à saúde desta população, utilizou-se de leituras de artigos científicos e de entrevistas realizadas à vinte transexuais, moradoras da cidade de Belo Horizonte que participaram de um almoço. Esse almoço, também objetivou, debater e sensibiliza-las sobre a importância do acompanhamento à saúde por profissionais da área. A entrevista consistiu de perguntas sobre o perfil familiar, grau de instrução, atos preconceituosos e a saúde. Esta última, contemplavam o tema: hormônios, prática sexual e aplicação de silicone industrial. A partir desse contato direto e análise dos questionários, verifica-se que 46,1% possuem entre 25 a 30 anos, 92% deixaram suas cidades devido a desavenças familiares, nenhuma apresenta ensino superior completo e 23% não possuem ensino fundamental completo. Isso sugeri, porque muitas vezes elas se tornam vulneráveis a pessoas de má índole. Em relação aos serviços públicos, alegam não terem fácil acesso e a maioria não conhecem as Políticas Públicas de Saúde para Transexuais. Quanto ao uso de preservativo, 92% alegam e 83% declararam que realizam o cuidado bucal após a prática de sexo oral. Com os dados levantados, seja pela entrevista, seja pela literatura, constata-se que há uma baixa procura do grupo LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgênero) aos serviços básicos de saúde. Segundo diferentes autores, essa baixa adesão, deve-se principalmente a existência de discursos homofóbicos nas condutas dos profissionais de saúde. Esse fato, é inconcebível a estes profissionais, já que os mesmos incidem diretamente na qualidade da saúde populacional. Sendo assim é de extrema importância que repensem sua prática. A educação em saúde é o melhor veículo para orientar sobre a saúde sexual. Com ela, é possível unir as informações científicas à prática popular. Por não se sentirem acolhidos no serviço assistencial à saúde, esse grupo não procura informações fidedignas, se automedicam e se tornam susceptíveis a várias patologias.




ISSN 2179-1589

PUBLICAÇÕES UNIVERSO