A RELAÇÃO ENTRE A ENFERMAGEM E A TRANSEXUALIDADE
Resumo
Este trabalho tem por objetivo sensibilizar os profissionais da área da saúde, principalmente os enfermeiros, frente à assistência à saúde de travestis e transexuais. Os transgêneros ou transexuais são aqueles indivíduos que vivem um gênero (social, cultural) discordante com do sexo biológico. Historicamente, essa população é estigmatizada, marginalizada e perseguida. Para entendermos a assistência à saúde desta população, utilizou-se de leituras de artigos científicos e de entrevistas realizadas à vinte transexuais, moradoras da cidade de Belo Horizonte que participaram de um almoço. Esse almoço, também objetivou, debater e sensibiliza-las sobre a importância do acompanhamento à saúde por profissionais da área. A entrevista consistiu de perguntas sobre o perfil familiar, grau de instrução, atos preconceituosos e a saúde. Esta última, contemplavam o tema: hormônios, prática sexual e aplicação de silicone industrial. A partir desse contato direto e análise dos questionários, verifica-se que 46,1% possuem entre 25 a 30 anos, 92% deixaram suas cidades devido a desavenças familiares, nenhuma apresenta ensino superior completo e 23% não possuem ensino fundamental completo. Isso sugeri, porque muitas vezes elas se tornam vulneráveis a pessoas de má índole. Em relação aos serviços públicos, alegam não terem fácil acesso e a maioria não conhecem as Políticas Públicas de Saúde para Transexuais. Quanto ao uso de preservativo, 92% alegam e 83% declararam que realizam o cuidado bucal após a prática de sexo oral. Com os dados levantados, seja pela entrevista, seja pela literatura, constata-se que há uma baixa procura do grupo LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgênero) aos serviços básicos de saúde. Segundo diferentes autores, essa baixa adesão, deve-se principalmente a existência de discursos homofóbicos nas condutas dos profissionais de saúde. Esse fato, é inconcebível a estes profissionais, já que os mesmos incidem diretamente na qualidade da saúde populacional. Sendo assim é de extrema importância que repensem sua prática. A educação em saúde é o melhor veículo para orientar sobre a saúde sexual. Com ela, é possível unir as informações científicas à prática popular. Por não se sentirem acolhidos no serviço assistencial à saúde, esse grupo não procura informações fidedignas, se automedicam e se tornam susceptíveis a várias patologias.