REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

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Um olhar sobre a questão ambiental e a consequente negligência da sociedade brasileira

Sirlene Ferreira Paes

Resumo


Não é mais um assunto que seja de desconhecimento da maioria dos cidadãos do Brasil e do mundo: cuidar do meio ambiente é pauta pra ontem. No limiar do século XXI chegamos a um ponto crítico no trato da questão ambiental. A dúvida que hoje aflige a muitos de nós é: estamos em tempo de fazer algo para que o ambiente do mundo não seja destruído de vez? Em caso afirmativo, o que podemos fazer dentro das nossas limitações para contribuir neste processo? Há como eliminar ou minimizar os danos já sofridos? Por que muitos de nós não reagimos frente a esta realidade?

A nossa apatia perante o assunto por si só já é um fato intrigante. Por menos informação que se tenha a respeito da temática, sabe-se que a questão é urgente e grave, se pensarmos no planeta de modo geral. Os noticiários cotidianos nos dão conta de muitas tragédias ambientais que comprometem o planeta. Ainda assim, para pensarmos apenas no caso dos brasileiros, não há muito cuidado nem muita atenção com o assunto, pelo menos não como seria necessário perante à gravidade e aos inúmeros transtornos ocorridos com relação ao meio ambiente de modo geral.

A que se deveria tamanha negligência? Certamente, há inúmeras respostas prováveis para explicar. Sob o ponto de vista de alguns estudiosos, uma explicação bem razoável seria devido à nossa deseducação ambiental. Do ponto de vista cultural, não aprendemos a valorizar a fauna brasileira. Enquanto existe muita preocupação com o urso panda, cujo habitat é outro bem longe daqui, corre-se o risco de que o mico leão dourado seja extinto.

Nossos conceitos a respeito da questão ambiental também são muito distorcidos. Tendemos a achar que o meio ambiente se restringe às matas e florestas, não considerando, portanto, que as maiores danos ocorrem nas grandes cidades, sobretudo com os altos índices de poluição. O lixo das grandes metrópoles também é outro agravante, principalmente se considerarmos que do ponto de vista do planeta, não existe o “jogar fora”. Em qualquer lugar que se despeje os resíduos, estamos jogando de dentro para dentro.

Assim, pensando brevemente apenas por alguns exemplos do descaso, resta-nos refletir sobre nosso papel neste contexto. Parcela significativa da população acaba acreditando que cabe ao Estado resolver a equação. Todavia, enquanto a sociedade e o indivíduo isoladamente não se conscientizarem de que o esforço deverá ser conjunto, não sairemos do lugar e consequentemente, contribuiremos para que o caos se estabeleça.




ISSN 2179-1589

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