REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

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Breve olhar sobre o filme Patch Adams à luz do estudo das emoções

Sirlene Ferreira Paes

Resumo


Como seres humanos, somos dotados de sentimentos e emoções. Faz parte da vida dos indivíduos passar por emoções de raiva, alegria, tristeza, desagravo, surpresa, dentre outras. No entanto, muitas dessas nossas emoções devem ser geridas adequadamente, principalmente se queremos gozar de boa saúde mental,  levando em conta não somente o efeito que em nós produz, mas também o local e momento apropriados para darmos vazão a esse tipo de sentimento que possa nos invadir.


Nas disciplinas que estudam o comportamento e a cultura organizacional, é extremamente pertinente a reflexão acerca das emoções e seus reflexos. Nesse sentido, podemos dizer que há dois tipos de emoções: as genuínas ou sentidas e as demonstradas. Sabe-se, por exemplo, que emoções como alegria devem ser demontradas por comissários de bordo, assim como, por outro lado, espera-se que um profissional que trabalhe com questões funerárias demontrem emoções de tristeza e respeito. As emoções demonstradas, seriam, assim, desejáveis de acordo com o local de trabalho e com a função que se ocupa no ambiente organizacional.


No filme Patch Adams, o amor é contagioso, o protagonista Hunter (que optou por ser chamado de Patch) é um estudante de medicina que acredita que os pacientes não devem ser tratados pela patologia e sim pela pessoa que se é. Mais do que isso, Patch acreditava que despertando a alegria nos pacientes, os índices de cura e alívio das doenças poderiam aumentar. Ele dizia que a função do médico não é meramente evitar o óbito dos pacientes, mas dar a eles qualidade de vida, mesmo que a morte fosse breve e inevitável. 

O filme é, portanto, propício para o estudo das emoções por dois fatores. Primeiro, ao nos mostrar de certa forma o esforço emocional que o profissional precisa fazer para demonstrar emoções compatíveis com a função que se ocupa. No caso dos profissionais de medicina, acredita-se que deve-se evitar o envolvimento com o paciente, no que a medicina trata por transferência. Este não era o caso de Patch, que simplesmente acreditava em método próprio pautado numa relação mais humanizada. Sua desobediência aos padrões quase o levou à expulsão do curso de medicina, antes da conclusão de seus estudos.


Por outro lado, a importância do filme também se deve à necessária reflexão em torno dos limites para se conter emoções genuínas; se eles seriam plausíveis e possíveis e até que ponto. E ainda, é imprescindível rever paradigmas e rediscutir antigos conceitos sobre a compatibilidade de emoções x com o ambiente de trabalho y. Até mesmo para validar comportamentos previamente existentes e aceitos, precisamos revê-los e atualizá-los, se queremos acompanhar as inúmeras transformações pelas quais tem passado o mundo do trabalho nessa nossa pós modernidade.

 

 




ISSN 2179-1589

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