REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

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ESTIMULAÇÃO MOTORA PRECOCE EM RECÉM NASCIDOS PREMATUROS INTERNADOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

Agnes Flórida Santos da Cunha, Miria dos Santos Sobrinho

Resumo


A prematuridade refere-se ao nascimento da criança antes da 37ª semana gestacional. Sendo os recém nascidos divididos em 3 grupos: Prematuros limítrofes, com gestação entre 35 e 37 semanas; Prematuros moderados, entre 31 e 34 semanas gestacionais e prematuros extremos, com gestação abaixo de 30 semanas. A sua ocorrência está relacionada a aspectos genéticos, ambientais e socioeconômicos, tendo como fatores de risco a assistência pré-natal inadequada, gestação múltipla, infecções, complicações durante o parto, hemorragias e sofrimento fetal.

A sobrevida dos prematuros aumentou nos últimos anos devido à uma melhora evidente na assistência neonatal, por parte de uma equipe multiprofissional mais qualificada nos cuidados intensivos associado à um avanço tecnológico e farmacológico, o que conseqüentemente reduz a mortalidade perinatal e ocorrência de seqüelas. O prematuro apresenta um desenvolvimento incompleto com imaturidade dos sistemas, estando suscetível a complicações respiratórias, seqüelas neurocognitivas e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Algumas complicações pós natais também influenciam no quadro clínico do neonato, como a hemorragia periventricular, infecções e sepses, distúrbios metabólicos e hematológicos. As alterações presentes no prematuro prejudicam o seu desenvolvimento neuropsicomotor, gerando distúrbios como paralisia cerebral, perda visual e auditiva, déficits de coordenação motora, distúrbios de aprendizagem, dificuldade na linguagem, problemas de comportamento, além de evidenciar atrasos motores e cognitivos quando comparados com crianças nascidas a termo.

Outro fator de influência no desenvolvimento neuropsicomotor dessas crianças está nos longos períodos de internação em unidades de terapia intensiva, sem receber estímulos adequados e sendo expostos a procedimentos dolorosos (aspiração de vias aéreas, intubação orotraqueal, punção lombar), além de fatores ambientais, como ruídos excessivos, manipulações e procedimentos constantes, posicionamentos inadequados e luminosidade exagerada.

A estimulação sensório motora precoce deve iniciar-se desde o nascimento do prematuro, através de um posicionamento adequado no leito (berço ou incubadora aquecida) em todos os decúbitos, protocolos de manipulação mínima, organização de um ambiente tranqüilo e acolhedor que favoreça um melhor desenvolvimento, prezando sempre pelo contato com os pais. À medida que o recém nascido adquire uma maior estabilidade hemodinâmica e respiratória, manuseios mais específicos devem ser realizados, objetivando as aquisições motoras inerentes ao desenvolvimento neuromotor típico, como estimulação do controle de cervical e tronco superior, recursos visuais e auditivos, manuseio de brinquedos adequados, posicionamento em prono para estimular extensão de cervical, entre outras manipulações específicas para cada caso. A intervenção motora precoce proporciona avanços nas aquisições motoras, otimiza o processo de desenvolvimento através de estímulos e ganhos motores e sensitivos, previne ou ameniza seqüelas da prematuridade e possibilita que a criança desenvolva o máximo de suas capacidades. A qualidade dessa estimulação e a adequação do desenvolvimento motor irá influenciar em todos os aspectos do futuro da criança. 




ISSN 2179-1589

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