INTRODUÇÃO : Atualmente o paracetamol vem sendo o fármaco mais utilizado como analgésico no Brasil, devido a sua fácil compra e disponibilidade no mercado. O desconhecimento populacional a respeito de seus efeitos nocivos é a principal causa da intoxicação por este fármaco. O paracetamol é bem absorvido no trato gastrointestinal, alcançando o pico plasmático após 40 a 60 minutos quando administrado em forma sólida, e, em torno de 30 minutos quando em preparações líquidas. Sua biodisponibilidade é alta (cerca de 60% a 95%). Seu mecanismo de ação ainda não é totalmente conhecido, porém sabe se que este atua no sistema nervoso central (SNC) e sua absorção pelo organismo é rápida, sendo sua principal via de metabolismo a hepática, na qual ocorre por meio de três mecanismos metabólicos: conjugação com ácido glicurônico (glicuronização), sulfatação e oxidação. O paracetamol é considerado hepatotóxico e pode promover uma lesão hepatocelular através de três mecanismos, ocorrendo de maneira independente ou em associação. A forma mais comum de hepatotoxicidade é a “overdose” (ingestão de doses superiores a 10 g em adultos e até 150 mg/ kg em crianças). O outro mecanismo é a situação de excessiva ativação do sistema citocromo P450 (CYP), resultante do uso de determinados medicamentos indutores enzimáticos e álcool crônico. A principal causa de insuficiência hepática é a intoxicação por paracetamol. Geralmente valores acima de 10 g/dia podem causar insuficiência hepática aguda. O tratamento inicial para uma sobredose de paracetamol é a mesma utilizada para as overdoses comuns, ou seja, lavagem gástrica. A lavagem gástrica diminui a absorção de paracetamol devendo ser realizada até 2 horas após a ingestão. O uso do carvão ativado também está recomendado. OBJETIVO: Descrever as propriedades, a farmacocinética e as toxidades que podem ser provocadas pelo paracetamol. METODOLOGIA: Este trabalho faz uma revisão sistemática sobre a hepatotoxicidade associada ao uso de paracetamol, baseado em artigos científicos relacionados ao tema, publicados no período entre 2009 à 2012. Para tanto foram feitos levantamentos nas bases de dados: Scielo, PubMed, Bireme e Medline. CONCLUSÃO: O paracetamol é considerado seguro quando utilizado obedecendo aos critérios necessários. Porém em decorrência da fácil acessibilidade aliada ao desconhecimento da população sobre seus efeitos nocivos no organismo o fármaco constitui uma das grandes causas da hepatotoxidade. Diante disso, tornam-se necessárias políticas de conscientização de consumo alertando os efeitos adversos do uso indiscriminado do medicamento. Mesmo sendo um medicamento isento de prescrição, a busca de informações com o farmacêutico e/ou profissionais da área de saúde para a aquisição deste medicamento é muito importante. O farmacêutico é o profissional capacitado a fornecer as orientações necessárias sobre os medicamentos.