REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 2, No 1 (2016)

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SEGURANÇA DO TRABALHO E CUSTOS ASSOCIADOS

Paulo Roberto Agrizzi Nacaratti, Silner Sant'ana Dolabella

Resumo


Esse estudo foi realizado com o objetivo de localizar e obter documentos que tratem dos seguintes temas: (1) segurança do trabalho e (2) custos de acidentes do trabalho. Essa revisão de literatura tem como objetivo reunir informações que possibilitem tentar estabelecer associação entre a ausência da implantação de ações para melhorar os ambientes e as condições de trabalho aos custos resultantes dessa ausência.

No Brasil, de acordo com alguns estudos, o Ministério da Previdência Social assume parte significativa dos custos diretos com acidentes de trabalho. Mas como reduzir esses custos e como as organizações são afetadas?

A resposta a esta pergunta talvez seja adotar atitudes que enfatizem a prevenção. Mas se a resposta parece ser simples, traduzi-la em ações práticas não parece ser tão fácil. De acordo com alguns pesquisadores:

1. As gerências não têm o conhecimento necessário para lidar adequadamente com os riscos de situações que podem causar danos à saúde dos trabalhadores;

2. As gerências sabem da existência das situações riscos, mas escolhem conviver com eles porque a competência de corrigi-los é dos Serviços Especializados de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT;

3. As situações de risco persistem porque não se tomam providências para correção;

4. As situações de risco são mantidas porque as preocupações e recursos priorizam atender à finalidade do negócio;

5. As gerências das áreas argumentam não dispor de recursos (orçamentários e mão-de-obra) para solucionar as situações de risco.

Esses cinco fatores, e existem muitos outros, mostram que as situações de risco persistem por falta de recursos para sua correção. Mas como a persistência desses fatores impactam as organizações?

Os acidentes de trabalho resultam em diversos custos para a empresa. Estes gastos podem ser classificados como custos diretos, também chamados de custos segurados, e custos indiretos, conhecidos também por custos não segurados.

Como exemplo de custo segurado está o recolhimento mensal feito à Previdência Social para pagamento do seguro contra acidentes do trabalho, com o objetivo de garantir uma das modalidades de benefícios estabelecidos na legislação previdenciária.

Estudos informam que a relação entre os custos segurados e os não segurados é de 1 para 4, ou seja, para cada real gasto com os custos segurados (diretos), são gastos 4 reais com os custos não segurados (indiretos).

O impacto dos custos não segurados pode ser percebido principalmente nas seguintes situações:

1. Salário dos quinze primeiros dias após o acidente;

2. Transporte e assistência médica de urgência;

3.Paralisação de setor, máquinas e equipamentos;

4. Comoção coletiva ou grupo de trabalho;

5. Prejuízos ao conceito e à imagem da empresa;

6. Treinamento de substituto;

7. Multas e encargos contratuais;

8. Perícias trabalhistas;

9. Indenizações e honorários legais.

A lista acima mostra apenas alguns exemplos dos problemas que podem ser gerados pelos acidentes nos ambientes de trabalho. Por isso é importante investir em treinamentos e medidas que previnam acidentes e doenças laborais. Os equipamentos de proteção individual também possuem um papel fundamental nesta luta. Bons equipamentos são sinônimos de segurança e economia em longo prazo.




ISSN 2179-1589

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