REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

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AS INCUBADORAS DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA NO PROCESSO DE PRODUÇÃO.

EDUARDO SIMÕES PEREIRA

Resumo


Este resumo tem por finalidade relatar o contexto e centralidade do conhecimento como base da competitividade vem obrigando as empresas a mudarem sua postura frente à pesquisa acadêmica. As empresas residentes nas incubadoras de base tecnológica desenvolvem um intenso intercâmbio com as instituições de pesquisa e universidades, o que lhes confere características singulares para o processo de aprendizagem tecnológica. Neste resumo pretende-se tecer algumas considerações referentes ao papel das incubadoras de empresas de base tecnológica e avaliar as questões que são colocadas à universidade diante da nova perspectiva que se abre à pesquisa acadêmica.

Na maioria dos casos, os gastos com Pesquisa e Desenvolvimento são colocados em segundo plano pelo setor privado, restringindo ainda mais as possibilidades de ganho de capacitação tecnologia das empresas. O esgotamento do modelo de industrialização, o desafio da abertura dos mercados, a rapidez da mudança técnica e a conseqüente obsolescência dos produtos e processos criaram a necessidade de redefinir a Política de ciência e Tecnologia em função da exigência de ampliação da base tecnológica nacional. Nessas experiências as agências de fomento têm um papel fundamental na estruturação e apoio ao processo de intercâmbio entre esses setores e na revisão da tradicional conceituação linear do desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

A literatura sobre a questão da transferência de tecnologia evidencia que a atual intensificação das relações entre universidades e das empresas é o resultado do ciclo de inovação das economias capitalistas. Por muito tempo os resultados da pesquisa acadêmica tecnologicamente relevante foram negligenciados pelas empresas. Observou-se ainda que o processo de aprendizagem tecnológica dentro da incubadora é bastante facilitado por uma nova maneira de conviver entre as empresas, sua relação dentro do ambiente de pesquisa e o estímulo à curiosidade científica, além do envolvimento de alunos e professores pesquisadores com as atividades desenvolvidas nas empresas incubadas. O funcionamento das incubadoras parece relacionado à disponibilidade de recursos de pesquisa no nível da produção acadêmica da universidade local. O número de Incubadoras que têm surgido a partir dos anos 80, em várias partes do mundo e bastante significativo. Entretanto existem incubadoras de empresas de base tecnológica sediadas por empresa, no caso brasileiro, apenas uma empresa estatal, a Petrobrás, promove incubação de empresas em convênio com universidades. Ao incentivar a aproximação dos setores produtores de conhecimentos científicos e tecnológicos com o setor produtivo, podem favorecer o rompimento do atraso tecnológico das empresas nacionais estimulando o processo de inovação. Alguns estudiosos discutem a efetividade da transferência de tecnologia através dos Parques e Incubadoras Tecnológicas, apontando dificuldades ao processo de parceria, tais como: o temor da academia de perder a sua autonomia, a desconfiança do setor produtivo com relação à condução da pesquisa acadêmica e de seus resultados.




ISSN 2179-1589

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