Freud e as Pulsões de vida e de Morte
Resumo
O homem tem buscado diversas maneiras de evitar o sofrimento, a doença e a morte.
A nossa sociedade foi estruturada no sentido de preservar a vida. No nosso cotidiano não há espaço para a morte e o morrer.
A vida e a morte são faces da mesma moeda. A vida causa prazer e alegria enquanto a morte causa tristeza e dor.
Ao longo de sua obra Freud constrói dois dualismos pulsionais. O primeiro, introduzido e desenvolvido a partir de 1910, refere-se aos pares: pulsões do eu (autoconservação) e as pulsões sexuais (referente a sexualidade tanto as inibidas quanto as sublimadas). E a partir de 1920 Freud associa as pulsões do eu e as sexuais dentro do mesmo grupo representadas por Eros ou Pulsão de vida que preserva o organismo vivo e constrói a pulsão de morte, que teria como representante o sadismo. Ela anuncia a tendência fundamental de todo ser vivo de retornar ao estado inorgânico. Segundo Freud (1920) o “objetivo da vida é a morte, e remontando ao passado: o inanimado já existia antes do vivo” (p.161).
Não se trata de uma antítese entre uma teoria pessimista da vida e outra otimista. Somente pela ação concorrente ou mutuamente oposta das duas pulsões Eros e Thanatos é que podemos explicar a rica multiplicidade dos fenômenos da vida.