REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 2, No 1 (2016)

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FALCÃO, MENINOS DO TRÁFICO: A DELINQUÊNCIA INFANTOJUVENIL

Liciane Faria Traverso Gonçalves, Juliane da Silva Souza, Vanusa dos Santos

Resumo


"Falcão, meninos do tráfico" é um livro com relatos vividos pelo rapper MV BILL e pelo produtor cultural Celso Athayde no período de 1998 a 2006, retratando os acontecimentos durante a realização do documentário que fala sobre o universo dos meninos menores de idade que trabalham no tráfico de drogas em todo o país, sobretudo nas comunidades carentes. Nessa obra são retratados vários casos, ocorrências e entrevistas com menores de idade envolvidos com tráfico de todo o Brasil, sendo que os mesmos são chamados de Falcões. Cada menino é um Falcão que no contexto do livro é o menino que nunca dorme a serviço do tráfico, vigiando e protegendo as favelas, tem a polícia como inimiga e dependendo da situação como aliada. Estas crianças ingressam no tráfico e no crime muito cedo e são fascinados pelas armas, pelo dinheiro e pelas mulheres. Os mais velhos são tratados com respeito. Para os Falcões os mesmos estão à margem da sociedade e o traficante é que faz o papel do Estado ajudando os moradores da favela. Muitos dos entrevistados não aceitam a traição, o que eles chamam de X9. Destarte, os autores buscam mostrar para sociedade a verdadeira face do abandono por parte do Estado, desses menores. e para que todos reflitam o tamanho do problema que a cada dia se agrava nas favelas do Brasil. Ao estudar esse livro, as alunas puderam correlacioná-la com a ciência da criminologia, participando do Seminário: Criminologia e Literatura e puderam constar a forte presença das teorias "Psicanalíticas da Criminalidade e da Sociedade Punitiva" em que há a negação do princípio da legitimidade do Estado, pois este não participa ativamente na formação do indivíduo, principalmente o que está à margem. Perceberam, também, a incisiva presença das "Teorias conflituais da criminalidade e do direito penal" e a "Teoria das subculturas criminais que negam o princípio de culpabilidade". Contudo, foi enriquecedor para o conhecimento das teorias criminológicas aplicadas na realidade por toda a turma de criminologia.



ISSN 2179-1589

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