REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 1 (2016)

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O Perfil Psicológico das personagens de Schnitztler em: Crônica de uma vida de Mulher

Caroline Hoffmann Britto, Maria Helena Rocha, Carla Oliveira Cruz, Flavia Mucci Carvalho Pinheiro

Resumo


Realizamos um seminário seguido de debate, no qual os alunos do primeiro período do curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO - Campus Belo Horizonte, apresentaram sua apreciações sobre influenciadas meio nos perfis psicológicos das personagens, na obra de Arthur Schnitzler, Crônica de uma vida de mulher. Foram abordados diversos fatores considerados relevantes na formação da personalidade humana: a afetividade materna, o papel da família, o papel da educação formal, os valores e preconceitos da sociedade europeia pré-primeira guerra, a influência do meio no comportamento humano, as implicações da educação na formação linguística e seu desempenho como condição de posicionamento na sociedade; e também outros aspectos como: a angústia humana, os desvios de comportamento, a separação das classes sociais, a comparação entre vida urbana e rural, o antissemitismo no início do sec. XX, a questão da mulher na Europa, em confronto com a mulher no Brasil, as tensões sociais afetando o comportamento individual e o matricídio. Os objetivos dessa atividade foram fomentar e incentivar a pesquisa entre os discentes, além de promover a problematização de questões sociais na formação da personalidade, argumentação e sustentação oral. Arthur Schintzler, autor austríaco (1862 - 1931), era médico psiquiatra e admirador de Freud. Sua última obra publicada foi Crônica de uma vida de mulher, onde é retratada a história de Thereze Fabiani, uma mulher que busca seu espaço ao longo da vida, mas não o encontra. A personagem protagoniza o drama de uma mulher no início do século XX, mãe solteira, moça de educação refinada que precisa trabalhar como preceptora nas famílias burguesas de Viena para custear sua sobrevivência e a de seu filho bastardo, ela tem uma existência embaçada e vazia e desloca sua libido para uma conduta sexual, em que não há critérios na escolha de parceiros, e, assim é, por toda a vida, sem orientação ética, filosófica ou moral. Seu filho Franz comete matricídio, demonstrando fortes traços de transtorno mental, talvez herdado do avô materno, que morreu solitário em um manicômio. O narrador é onisciente e relata as emoções, os pensamentos e os sentimentos das personagens a partir da protagonista. No livro, quase não há diálogos em discurso direto e quando aparecem são curtos em períodos simples, representando a fragmentação da personalidade e superficialidade das relações. O autor desmascara a hipocrisia da sociedade burguesa, o depauperamento da nobreza europeia e mostra friamente a decadência do Império Austro-Húngaro.




ISSN 2179-1589

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