REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 1 (2016)

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ASSOCIAÇÃO LIVRE COMO REGRA FUNDAMENTAL DA CLÍNICA PSICANALÍTICA

Maurício Henriques Damasceno, Thamires Maria da Conceição Neves Oliveira

Resumo


RESUMO

O objetivo desde trabalho é compreender a função do método de Associação Livre no contexto clínico. Assim como em qualquer outro sistema em Psicologia, embora ela mesma não seja uma, a Psicanálise organizou-se de forma teórica, técnica e metodológica sendo essa estrutura a responsável por sua validade epistemológica.  Em ciências humanas, campo de conhecimento que abriga a teoria psicanalítica, tal validade é fundamental para a compreensão daquilo que um sistema se propõe a dizer e fazer. Neste sentido, é que, a partir dos atendimentos realizados na Clínica Escola, dentro do Estágio Supervisionado IV dirigido pelo professor Maurício Henriques Damasceno, viu-se a necessidade de uma compreensão mais abrangente desse alicerce da Psicanálise. Nomeada por Freud como regra fundamental, a Associação Livre tem como objetivo tornar possível o uso da palavra no lugar do sintoma, diminuindo proporcionalmente o sofrimento do paciente. Parte da nossa pesquisa consistirá em levantamento bibliográfico dos diversos momentos de teorização e utilização d a técnica Freud. Por entender que a trajetória evolutiva do método remonta a momentos de teorização que o antecedem, foi necessário “compreender” o momento e as razões de passagem de um método ao outro, ou seja, da hipnose à associação livre. Freud inicia seus trabalhos utilizando a hipnose, mas percebe que nem todos os pacientes eram susceptíveis ao método e que, portanto, os sintomas desapareciam apenas temporariamente.  Posteriormente Freud utilizou-se do método catártico de Breuer, onde o terapeuta permaneceria passivo diante da narrativa do paciente, com o intuito de não influenciá-lo. Freud percebe que as palavras “aleatórias” escolhidas pelos pacientes tinham ligação direta com o trauma, e fluíam livremente quando não eram pressionados. A partir daí, Freud começa a fazer sugestões com o objetivo de incentivar o paciente a superar suas limitações e resistências, numa tentativa de eliminar ou inativar o trauma em sua força patogênica, dando a configuração daquilo que viria a ser o método de Associação Livre.  O aprimoramento da técnica psicanalítica possibilitou a elucidação dos conteúdos inconscientes e é utilizada até hoje por psicanalistas em todo o mundo. A função do analista é fazer o inconsciente “existir”, como um ponto de convergência, para que o próprio sujeito possa se a ver com suas significações. A posição do analista e o uso do método possibilitam a quebra de defesas, permitindo a elaboração de conteúdos vividos de maneira conflituosa.

 

PALAVRAS CHAVE: Psicanálise, Associação Livre, Inconsciente




ISSN 2179-1589

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