REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 1 (2016)

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Maternidade e desenvolvimento infantil em situação de cárcere

Liria Aparecida Novaes Scarabelli, Carla Oliveira Cruz

Resumo


O número de mulheres encarceradas esta em constante crescimento. Acredita-se ser consenso que a prisão não foi pensada para gestantes, tampouco para bebês. Por se tratar de um ambiente permeado de restrições, códigos de conduta, rotina bem definida e, acima de tudo, por se configurar em lugar tenso e violento, a prisão torna-se local de comprometimento a uma boa gestação e ao desenvolvimento infantil. O objetivo é descrever a situação das gestações, nascimento e permanência de bebês de mulheres em situação de Cárcere e discutir possíveis efeitos dessa situação sobre o desenvolvimento infantil. Marin (2015) constatou que algumas mães sentiam grande dificuldade de perceberem seus filhos na barriga e de se colocarem no papel de mãe. Entre os fatores que comprometem o investimento no filho estão o medo do apego a uma pessoa a qual elas sabem que permanecerão em sua companhia por pouco tempo, ou seja, ao evitar o vínculo, a presa gestante acredita estar evitando um sofrimento futuro para si e para o seu bebê.  Bowlby (1960) “considera- se essencial para a saúde mental do recém-nascido e da criança de pouca idade, o calor, a intimidade e a relação constante com a mãe”. Ainda Bowlby (1995, apud Stella, 2006), “a angústia da privação do vínculo materno pode atingir de maneira importante a formação da saúde mental da criança, podendo comprometer a afetividade e os posteriores relacionamento desta”. Conclui-se que a situação de cárcere que envolve mãe e filho é uma problemática que deve ser estudada de forma cuidadosa, pois a criança mesmo longe ou perto da mãe encarcerada sofrera prejuízos no seu desenvolvimento, causando muitos problemas emocionais e afetivos para a mãe quanto para a criança. É importante que o cuidado de mãe e filho seja aprimorado dentro das prisões, com isso, promoveria tanto a melhoria na saúde mental das mães como a melhoria no desenvolvimento infantil.




ISSN 2179-1589

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