REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 1 (2016)

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A Esquizofrenia e o adoecimento Familiar: Uma Visão Crítica

Giovana Maria Moreira, Carla Oliveira Cruz, Gladston dos Santos Silva

Resumo


A loucura é registrada na história da humanidade desde a idade média. E as famílias foram, por muito tempo, responsabilizadas pela causalidade deste mal. Mas propriamente as mães. Já foi denominada de possessão demoníaca, se tornando responsabilidade cuidadora da igreja. Sendo considerado  o cuidado para com os loucos tarefa muito difícil, eles já foram segregados em casas de caridade, asilos, prisões e masmorras, também vistos como criminosos  perigosos. Diante de  relatos  históricos é possível observar que o “ estar louco” sempre colocou o sujeito acometido de tal mal á margem da sociedade. Mas é no século XIX, com o parisiense Philippe Pinel, médico psiquiatra que a loucura ganha força como doença e é institucionalizada. Muito embora, em 1911, Eugen Bleurer tenha proposto a designação de Esquizofrenia para a doença, Foi Pinel que iniciou uma revolução capaz de mostrar ao mundo a fragilidade do sujeito  que nesse momento deixa o lugar de possuído por demônios ou criminoso, para doente mental. Este foi um movimento revolucionário, mas longe de ser eficiente. No Brasil, não foi muito diferente. E em 1979 os cuidados com a saúde das pessoas portadoras de transtornos mentais ganham outra dimensão á partir de Franco Basaglia, médico psiquiatra italiano. O início de uma batalha contra a  desinstitucionaliação da loucura se instaura sendo agora vista como problema social. Então, no século XXI, muito se tem feito. Não só a pessoa portadora de transtornos mentais é assistida, mas também as famílias. Uma visão mais humanizada deste contexto ganhou preferência. E os muitos problemas enfrentados  pelas famílias das pessoas portadoras de transtornos mentais recebem atenção. Isso porque é  consensual o fato de que as famílias exercem um papel significativo na vida de seu ente e que também pode ser adoecida. Garantidos os direitos em leis, Centros de Referencia em Saúde Metal (CERSAMs) foram criados com o propósito de amparar estes sujeitos. Segundo Amarante (2003), apesar dos constantes  esforços da ciência para redirecionar a etiopatogenia dos transtornos mentais, grande parte das famílias sofrem de um profundo sentimento de culpa e da sensação de impotência diante do tamanho labor que é cuidar de um membro na condição de ”louco”. Para a ciência, portanto, este lugar que a família ocupa é passível de atenção, observação e intervenção psicossocial. Porque mesmo com o movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil, que tem como pano de fundo promover acolhimento mais adequado e humanizado ao portador de sofrimento mental  e suas famílias, é possível observar ainda, a falta de  uma ação facilitadora ocorrendo frequentemente de um modo dialético e interdisciplinar, promovendo dignidade, solidariedade , capacitação e autonomia para indivíduos angustiados mentalmente. Que podem encontrar novo significado para suas dores culminando numa melhor qualidade de vida.




ISSN 2179-1589

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