CÁRIE DENTÁRIA: CONDIÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E CONTROLE DA DOENÇA.
Francini Gomes Dos Santos
Resumo
A cárie dentária não é apenas um processo natural, mas está ligada a fatores sociais, econômicos, culturais e comportamentais. A condição socioeconômica desempenha um papel crucial, influenciando o acesso a serviços odontológicos, produtos de higiene e hábitos saudáveis. Estudos indicam que a baixa renda está associada a uma pior saúde bucal.Entre 1980 e 2010, o Brasil reduziu significativamente os índices de cárie, com o CPOD (índice de dentes Cariados, Perdidos e Obturados) caindo de 7,3 para 2,1. Esse avanço foi atribuído ao uso de flúor em águas e dentifrícios, maior acesso a serviços odontológicos, e ações de saúde pública promovidas pelo SUS, como o Programa Saúde da Família (PSF). A lei de fluoretação das águas (Lei n. 6.050/1974) também foi determinante, embora apenas 56% dos municípios brasileiros disponham desse serviço, com disparidades regionais significativas.Apesar dos avanços, o CPOD ainda está acima do recomendado pela OMS (0-1,1). As desigualdades sociais continuam a impactar negativamente a saúde bucal, exigindo novas medidas e maior investimento em serviços odontológicos, especialmente para populações vulneráveis. A redução da cárie no Brasil reflete os benefícios das políticas públicas, mas reforça a necessidade de esforços contínuos para alcançar melhores indicadores e equidade em saúde.
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ISSN 2179-1589