O treinamento concorrente, ou efeito de interferência, é o resultado negativo que acontece quando o treinamento aeróbico e o treinamento de força são realizados em conjunto e com o objetivo de obtenção das adaptações fisiológicas em ambas as capacidades simultaneamente. Mesmo sabendo destas possíveis interferências, o treinamento concorrente continua sendo utilizado por grande parte dos profissionais da área, principalmente devido a necessidades específicas de alguns esportes onde as duas capacidades são igualmente exigidas. Esta interferência vem sendo um assunto controverso, com autores discordando de como e quando estas interferências ocorrem, já outros autores defendem que ela não existe, ou que seja possível minimizá-la ou até evitá-la. O presente trabalho teve como objetivo identificar, por meio de uma revisão de literatura, como e quando estas possíveis limitações nas adaptações do treinamento concorrente acontecem. Foram analisados 15 estudos de campo, publicados entre 1980 e 2013, pulicados em periódicos qualificados entre A1 e B3 segundo o QUALIS. Os resultados mostraram que podem existir interferências nas adaptações em decorrência do treinamento concorrente, sendo elas relacionadas ao volume e a intensidade, e também ao dia e à ordem de execução do treinamento concorrente. O presente estudo demonstrou algumas possíveis interferências do Treinamento Concorrente, quando realizado em alta intensidade e frequência, nas adaptações da força e da hipertrofia. Outras possíveis correlações existentes foram referentes ao dia e à ordem de execução do Treinamento Concorrente, com a redução da porcentagem de gordura. Porém, estes achados não foram conclusivos para determinar que o Treinamento Concorrente interfere nas adaptações das capacidades trabalhadas, uma vez que algumas variáveis como nutrição, nível de aptidão física e repouso adequado não foram levados em consideração nos trabalhos pesquisados.