A expansão da suinocultura tem sido uma tendência crescente, impulsionada pela demanda tanto no mercado interno quanto externo por carne suína. No entanto, este crescimento vem acompanhado de desafios ambientais significativos, especialmente relacionados à gestão dos resíduos gerados pela concentração de animais em áreas limitadas. A poluição hídrica, com altas cargas orgânicas e presença de coliformes fecais, emerge como uma das principais consequências desse cenário, afetando diretamente os recursos naturais renováveis, especialmente a água. Nesse contexto, os órgãos de fiscalização têm estabelecido critérios de emissão cada vez mais rigorosos, pressionando os produtores a adotarem soluções eficazes para o manejo adequado dos dejetos suínos. Países como Europa e Estados Unidos já enfrentam desafios decorrentes do excesso de dejetos, saturação das áreas de disposição agronômica e contaminação dos recursos naturais, demandando investimentos significativos em tratamento de efluentes. No Brasil, onde há disponibilidade de áreas para expansão da suinocultura, o desafio reside em encontrar métodos de manejo dos dejetos que evitem a poluição das águas e do ar. Estratégias como o armazenamento e tratamento dos efluentes em esterqueiras ou lagoas são recomendadas, porém, ainda há uma diferença entre as exigências legais e a capacidade de pagamento dos produtores, especialmente para pequenos e médios produtores. A nutrição adequada dos animais desempenha um papel fundamental na redução do potencial poluidor da suinocultura, influenciando diretamente na excreção de nutrientes. Estratégias nutricionais, como a utilização de fitase, minerais orgânicos e redução da proteína bruta na ração, têm se mostrado eficazes na diminuição da excreção de metais, fósforo e nitrogênio, contribuindo para mitigar os impactos ambientais da atividade.

ISSN 2179-1589