REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 9 (2023)

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FLUIDOTERAPIA EM GRANDES ANIMAIS. DESAFIOS NA REPOSIÇÃO EM EQUINOS

Luan Ricci Silva, Veruska Elizabeth Rabelo de Miranda, Gilson Alves de Lima Junior

Resumo


As alterações do equilíbrio hidroeletrolítico apresentam-se comumente associadas a diversas patologias envolvendo animais de grande porte. Com o objetivo de se promover a correção dessas alterações, é importante a elaboração de um plano de reposição hidroeletrolítica que, baseado nas informações da anamnese, do exame clínico e dos testes laboratoriais, deve incluir não só a escolha da solução mais adequada como também sua quantidade, via de administração e velocidade de reposição. O objetivo dessa revisão bibliográfica será abordar aspectos referentes à fisiologia da água corpórea e eletrólitos, indicações da fluidoterapia e principais fluidos utilizados em Medicina Veterinária.

A fluidoterapia é uma prática comum no tratamento de suporte na medicina veterinária e tem como principais objetivos reestabelecer e manter a volemia, corrigir desequilíbrios hídricos e eletrolíticos, além da suplementação calórica e nutricional. O tipo de solução e o volume a serem administrados, a velocidade de infusão, a via de administração e a presença de distúrbios hidroeletrolíticos devem ser levados em consideração para maior eficácia dessa terapia. Animais de grande porte necessitam de grandes volumes de infusão em casos de reposição volêmica rápida, como no estado de choque hipovolêmico. A capacidade de fornecer grandes volumes intravenosos, em um curto período de tempo, é um desafio na clínica de equinos. A taxa de reposição nesses casos pode ultrapassar 100 ml/kg/hora.

Dentre os fatores que afetam a velocidade do fluxo da solução a ser administrada, durante a fluidoterapia intravenosa, destacam-se a resistência intrínseca do circuito do sistema e a pressão de infusão. Fazem parte da tubulação: o cateter, a extensão e o equipo de infusão. O diâmetro e comprimento do cateter tem grande influência na velocidade do fluxo. A pressão de infusão pode ser influenciada pela gravidade, utilização de bolsas pressóricas e/ou bombas de infusão e resistência da circulação venosa. Cateteres de diversos modelos estão disponíveis no mercado. Dentre eles destacam-se os cateteres venosos centrais, que possuem tecnologia avançada, acesso mais seguro para infusão de grandes volumes, presença de diversas vias, além de serem confeccionados em materiais biocompatíveis. O conhecimento dos tipos de cateteres venosos centrais disponíveis e suas respectivas taxas de infusão são de extrema importância para melhor adequação dos sistemas de administração volêmica rápida em equinos. Os sistemas comumente usados não proporcionam o fluxo necessário para administração de grandes volumes de fluido em curtos períodos.


Desta forma, o clínico se vê obrigado a utilizar a jugular oposta ou outro acesso venoso como auxiliar. Apesar de eficaz para maior taxa de administração de fluido, o acesso venoso concomitante das jugulares direita e esquerda pode levar a tromboflebite bilateral e suas consequências, como a diminuição do retorno venoso da cabeça e progressão para tromboflebite séptica. Assim, torna-se necessário o estudo da capacidade de administração de grandes volumes de fluido em curto período de tempo, sem a necessidade de se canular mais de uma veia concomitantemente

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ISSN 2179-1589

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