REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 8 (2023)

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LUTA ANTIMANICOMIAL BRASILEIRA: CONTRIBUIÇÃO DOS MOVIMENTOS DE TRABALHADORES

Ana Caroline Valadares, Cristiane Kind, Júlia Serra, Letícia Gomes, Patrícia Pereira, Gislaine Alves de Souza

Resumo


O objetivo deste trabalho foi apresentar um breve relato sobre a história da luta antimanicomial no Brasil que iniciou uma radical transformação nas relações sociedade/louco/loucura. No dia 18 de maio comemoramos a luta antimanicomial no Brasil, o movimento que se inspirou na experiência italiana de desinstitucionalização de pessoas com sofrimento mental grave buscando cidadania, dignidade e cuidado em liberdade. Na década de 1970 o movimento dos trabalhadores em saúde mental teve um papel importante nas denúncias contra as ações desumanas realizadas nos hospitais psiquiátricos. As reivindicações giravam visavam melhores condições de trabalho e críticas à cronicidade do manicômio. Esse movimento inicia uma greve que durou oito meses em 1978, que teve bastante repercussão na imprensa. No ano de 1987 se destacou pela realização de dois importantes eventos: a 1ª Conferência Nacional de Saúde Mental e o 2º Congresso Nacional do movimento dos trabalhadores em saúde mental em Bauru-SP onde instala no Brasil o lema “Por uma sociedade sem manicômios”. No espaço de seis anos, entre 1987 e 1993, diversas articulações foram realizadas, vários núcleos do movimento foram formados e, em 1993, consolidando-se o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial. Observa que o movimento nacional da luta antimanicomial é uma instância política inscrita num processo mais amplo de transformações sociais, onde se consiste no combate às formas de exclusão que tomam a loucura como objeto – na medida em que estas formas de exclusão relativas à loucura resumem formas muito poderosas de exclusão operantes em nossa cultura. A configuração dos atores e instituições como profissionais da saúde juntamente com políticos, empresários, usuários e familiares conforma um campo que, embora atravessado por diversos conflitos, vem promovendo alterações significativas no passar dos anos e posicionam-se resistentes à assistências excludentes, continuam a lutar por mudanças e pelo cuidado em saúde mental de modo integral, democrático e em liberdade.

 


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ISSN 2179-1589

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