REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 8 (2023)

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O papel do psicólogo no atendimento à pessoa vivendo com HIV/AIDS

Daniel Xavier da Silva, Gislaine Alves de Souza

Resumo


A aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Este trabalho objetivou sistematizar evidencias científicas sobre a contribuição da psicologia no atendimento a pessoas vivendo com HIV/AIDS. A metodologia foi uma revisão de literatura utilizando os descritores HIV, AIDS, saúde mental, com operador booleano and nas bases de dados da Scielo e Pepsic. Estudos evidenciam presença de declínio cognitivo objetivamente detectado por avaliações neuropsicológicas em pacientes com HIV com alta carga viral. Há evidencias também de elevado risco de suicídio em pessoas com HIV/AIDS superior a população em geral, de modo que o risco de suicídio deve ser avaliado em todos os pacientes com HIV, com ênfase nos recém-diagnosticados e nos casos de doença avançada (AIDS). A realização de avaliações de risco de suicídio imediatamente após o diagnóstico do HIV e, além do aconselhamento psicológico contínuo auxiliam na prevenção da ideação suicida no paciente soropositivo. Os fatores psicossociais ainda geram muito sofrimento às pessoas que vivem com HIV/AIDS devido aos estigmas e tabus que perduram até hoje na sociedade. A psicologia atua na travessia do tratamento para HIV, o psicólogo tem o papel de acolher o paciente, considerando a subjetividade de cada indivíduo perante um diagnóstico ainda carregado de preconceitos e estigmas sociais. O papel do psicólogo no acompanhamento da pessoa vivendo com HIV/AIDS também é essencial para fortalecer os fatores que auxiliam na adesão, como acolhimento, escuta ativa, conhecimento sobre a doença, assim como sobre os direitos do paciente. A reflexão sobre “contar ou não” sobre o diagnóstico ao companheiro, familiares e pessoas próximas, também pode ser uma demanda acolhida pela psicologia juntamente com equipes multidisciplinares. O acompanhamento da família, quando cientes do diagnóstico do paciente, pode ser oferecido, tendo em vista conflitos que surgem após um diagnóstico, como a origem da infecção pelo HIV em um dos parceiros, assim como uma maior compreensão da família no apoio da pessoa vivendo com HIV/AIDS.




ISSN 2179-1589

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