REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 8 (2023)

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LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS

Risney Reis, Paloma Lopes, Paula Gramiscelli, Priscila Marcelo, Thais Duarte, Thauanne Cristian

Resumo


Devido ao maior controle da cárie dentária e novos hábitos da sociedade moderna (alimentação; métodos de higienização dentária; estresse; maior longevidade da população com retenção da dentição natural; consumo de drogas e bebidas alcoólicas), as lesões não cariosas passaram a ser o principal motivo para a busca de assistência odontológica, seja por sintomatologia dolorosa e/ou estética (Barbosa et al., 2009). As lesões apresentam formas variadas, ocorrem principalmente nas superfícies vestibulares. Sendo mais pronunciadas em pré-molares, ocorrendo principalmente na maxila em comparação com sua prevalência na mandíbula. Apesar de serem encontradas em todas as faixas etárias tem uma prevalência maior em indivíduos idosos. Podem ocorrer em um único elemento dentário, mas são mais frequentes em mais dentes, ocorrendo em ambas as arcadas com diversos níveis de gravidade. A associação entre a presença de recessão gengival e as LNCs é um achado comum na Odontologia (Machado, 2014). A formação e progressão destas lesões dão-se pela associação de 3 principais fatores: o acumulo de tensão (abfração); fricção (desgaste) e a biocorrosão (degradação química, bioquímica e eletroquímica). É incorreto afirmar que um único fator isolado é responsável pelas LNCs. O clínico deve considerar todos os fatores etiológicos e os modificadores (saliva, ação da língua, forma e composição dos dentes, posição dos dentes na arcada, mobilidade dentária, hábitos nocivos, saúde geral do paciente, uso de medicamentos, dieta, composição e frequência do consumo de comidas e bebidas) antes de fechar um diagnóstico e iniciar o tratamento. Nem sempre estes tratamentos consistem em tratamentos restauradores, mas quando estas lesões precisam ser restauradas este é um grande desafio para o cirurgiãodentista, já que a adesão nestas regiões não é tão forte e previsível quanto no esmalte (Jyothi, 2011). As lesões cervicais não cariosas (LCNCs) estão descritas na literatura como a perda progressiva dos tecidos mineralizados na região cervical dos dentes, decorrente da associação de diferentes fatores etiológicos, sem o envolvimento bacteriano, porém a cárie pode ser um fator secundário que aproveitou dessa lesão para se alojar no local. Anteriormente, as lesões não cariosas eram classificadas em atrição, 3 abrasão e erosão. Após muitos estudos, Grippo nomeou de abfração as lesões causadas por trauma na região cervical dos dentes e, portanto, uma nova categoria foi introduzida. De acordo com a sua causa e as características clínicas as LCNCs são classificadas em atrição, erosão, abrasão e abfração (BONFIM et al., 2015; MOLENA et al., 2008). A escolha do tratamento apropriado para essas lesões vai se basear nas características apresentadas pelas mesmas, como o tamanho e sua relação com a margem gengival. Existem várias possibilidades para a restauração de lesões cervicais, cada uma com suas vantagens e desvantagens (Barbosa et al., 2009;) Neste contexto, o objetivo do trabalho é explicar sobre as doenças não cariosas abrangendo desde a sua etiologia até seu tratamento. 

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ISSN 2179-1589

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