Justificativa:A presente pesquisa tem como objetivo ressaltar a relevância dos cuidadospertinentes à saúde bucal em pacientes que se encontram em período pós-quimioterapia, bem como compreender a importância da reabilitação oral.Neste contexto, torna-se indispensável a implementação de estratégias deintervenção adequadas e individualizadas. Além disso, a conscientizaçãoacerca dos desafios enfrentados pelos pacientes pós-quimioterapia após arealização de extração dos incisivos assume um papel fundamental parapromover uma abordagem abrangente e eficaz no âmbito do cuidadoodontológico e da reabilitação oral.
LiteraturaA quimioterapia é um tratamento comum para pacientes com câncer, mas podecausar diversos efeitos colaterais, incluindo complicações bucais significativas.Um dos problemas frequentes é a exodontia, ou seja, a necessidade deextração dos incisivos, molares, caninos, pré-molares, enfim da dentiçãopermanente do paciente, o que pode ter um impacto significativo nareabilitação, tanto física, mental e oral desses pacientes. Lopes; 2008, VissinkA; 2003
A reabilitação oral de pacientes pós-quimioterapia após a extração dosincisivos é um aspecto crucial para restaurar a função e a estética bucal, bemcomo para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. Essa populaçãoenfrenta desafios específicos relacionados à saúde bucal, como a fragilidadedos tecidos periodontais e a perda óssea, que podem afetar a reabilitação oral.Sanches, M. A., et al.2017.
Esta pesquisa tem como objetivo destacar a relevância da reabilitação oralpara pacientes pós-quimioterapia, enfatizando a superação dos desafiosespecíficos decorrentes da extração dos incisivos. Serão abordados aspectosrelacionados às opções de reabilitação, como próteses dentárias removíveis,considerando as condições bucais individuais e a adaptação do paciente.Yuhara 2014, Atieh,2014
Além disso, será discutida a importância da abordagem multidisciplinar, com acolaboração entre os profissionais de saúde bucal e a equipe de oncologia,visando proporcionar um cuidado integrado e holístico aos pacientes. Serãoexploradas estratégias de prevenção e manejo de complicações bucaisdecorrentes da quimioterapia, com enfoque na educação sobre higiene bucalcomo parte essencial do cuidado preventivo. Villa; 2011
Ao destacar a importância da reabilitação oral para pacientes pós-quimioterapiaapós a extração dos incisivos, esta pesquisa contribui para aprimorar oconhecimento científico e fornecer diretrizes relevantes para profissionais desaúde bucal, visando melhorar a qualidade de vida e a saúde bucal dessespacientes. Rovira; 2018
A exodontia dos incisivos, ou a extração desses dentes, pode ser necessáriaem alguns casos devido a diversas razões, como doença periodontalavançada, cárie extensa, trauma ou malformações dentárias. No entanto, essaextração pode resultar em consequências estéticas e funcionais significativas,
afetando a reabilitação oral e a qualidade de vida do paciente. Chrcanovic,2014Um estudo realizado por Sanches et al. (2017) investigou a reabilitação oral empacientes que passaram por exodontia dos incisivos e receberam prótesesfixas como forma de restaurar a função mastigatória e a estética dental. Osresultados mostraram que a reabilitação com próteses fixas proporcionouresultados satisfatórios em termos de aparência estética, função mastigatória esatisfação do paciente.No entanto, é fundamental considerar a avaliação cuidadosa do caso e oplanejamento adequado antes de proceder à reabilitação oral. Um estudo deMello et al. (2019) discutiu a importância da análise multidisciplinar e daindividualização do tratamento para a reabilitação oral em casos de exodontiados incisivos. Esse estudo enfatizou a necessidade de considerar fatores comoa saúde geral do paciente, a condição periodontal, a oclusão e as expectativasestéticas ao planejar o tratamento.
Essa análise crítica destaca a importância de uma abordagem interdisciplinarna reabilitação oral de pacientes que passaram por exodontia dos incisivos. Acolaboração entre cirurgiões-dentistas, periodontistas, protesistas e outrosespecialistas é essencial para desenvolver um plano de tratamento abrangentee personalizado que atenda às necessidades e objetivos do paciente.
Um estudo realizado por Lima et al. (2019) investigou os efeitos daquimioterapia na saúde bucal e na necessidade de extração dos incisivos empacientes oncológicos. Os resultados indicaram que a quimioterapia pode levarà perda óssea, reabsorção radicular e fragilidade dos tecidos periodontais,resultando na necessidade de extração dos incisivos em alguns casos. Gaúchade Od. Essa pesquisa destaca a importância de uma avaliação cuidadosa dasaúde bucal desses pacientes antes e durante o tratamento quimioterápico, afim de identificar possíveis problemas e evitar a extração desnecessária dos
incisivos. Além disso, ressalta a necessidade de intervenções odontológicasprecoces para minimizar os efeitos negativos da quimioterapia na saúde bucal.
A reabilitação oral de pacientes pós-quimioterapia, especialmente aqueles queprecisaram passar por exodontias, é um desafio importante. Um estudo derevisão realizado por Schuurhuis et al. (2018) analisou as opções dereabilitação oral para pacientes oncológicos após tratamento de câncer. Oestudo destacou que a prótese dentária removível é uma opção comum para asubstituição dos dentes extraídos, especialmente nos casos em que areconstrução com implantes dentários não é possível devido à condição geraldo paciente.
No entanto, a adaptação às próteses dentárias removíveis pode ser difícil paraalguns pacientes pós-quimioterapia devido a fatores como xerostomia,mucosite oral e alterações na anatomia oral. Portanto, é essencial que osprofissionais de saúde bucal realizem uma avaliação individualizada dospacientes e ofereçam opções de reabilitação oral adequadas às suasnecessidades e condições específicas. Chrcanovic BR, 2014
A exodontia pós-quimioterapia é um procedimento odontológico que envolve aextração de dentes em pacientes que tenham passado por tratamentoquimioterápico. Nesses casos, é crucial entender a importância do tratamentoprecoce e adequado para garantir uma recuperação oral efetiva e minimizarcomplicações. Scully, 2004
A quimioterapia é um tratamento amplamente utilizado no combate ao câncer,mas seus efeitos colaterais podem afetar a saúde bucal dos pacientes. Amucosite oral, a xerostomia e a imunossupressão são algumas das condiçõesorais comuns associadas à quimioterapia, que podem levar a infecções,inflamações e maior risco de complicações após a extração dentária.
Um tratamento precoce na exodontia pós-quimioterapia é fundamental paraprevenir a disseminação de infecções orais e minimizar o desconforto dopaciente. Os cuidados pré-operatórios incluem uma avaliação minuciosa dasaúde bucal, que deve ser realizada antes do início do tratamentoquimioterápico, com o objetivo de identificar e tratar qualquer problema dentalexistente.
Além disso, é importante coordenar o tratamento odontológico com a equipemédica responsável pelo tratamento do câncer. A comunicação e acolaboração entre essas equipes são essenciais para garantir uma abordagemintegrada e abrangente no cuidado dos pacientes.
Durante a exodontia em pacientes pós-quimioterapia, é crucial adotar medidasde controle de infecção rigorosas para minimizar o risco de complicações. Issoenvolve o uso de técnicas assépticas, como o uso de equipamentosesterilizados e o uso de materiais descartáveis quando apropriado. Além disso,a prescrição de medicamentos adequados, como antibióticos, pode sernecessária para prevenir infecções secundárias. Sanches, M. A., et al. (2017).
O tratamento precoce na exodontia pós-quimioterapia também desempenhaum papel importante na recuperação e qualidade de vida dos pacientes. Aperda dentária pode impactar negativamente a mastigação, a fala e aautoestima do paciente. Portanto, uma abordagem rápida e adequada podeajudar a minimizar esses impactos e permitir uma reabilitação oral efetiva, senecessário.
Caso Clínico:Na faculdade Universo no dia 10 de maio de 2023, durante o atendimentoclínico recebemos uma paciente, do sexo feminino, com aspecto visual salubre,
encontrava se colaborativa, fala espontânea aparentemente aspectospsicológico normais, condizente para uma anamnese, clínica odontológicaprecisa é verídica.Conduzimos a paciente para cadeira odontológica juntamente com o seuprontuário, onde realizamos a anamnese, registrando em prontuário fornecidopela faculdade universo, seguindo o protocolo padrão de registro dospacientes, elaborados pela equipe clínica odontológica da faculdade universo,ressalva que estávamos sobe a orientação da Professora Dra. Flavia LeiteLima, iniciamos o atendimento da paciente, preenchendo o cabeçalho padrão,do prontuário, com nome, telefone, endereço, idade, documentos deidentificação (CPF), após a coleta desses dados iniciamos com a queixaprincipal da paciente que relatava “arrancar o dente anterior , restauraçãosobre ponte, vontade de colocar prótese”, Paciente com 65anos de idade,idosa, relatando quadro de câncer de mama (CA) em 2002, onde realizouquimioterapia, radioterapia e mastectomia, após quimioterapia ocorreu perdade alguns dentes, segundo a mesma, passado de cirúrgico de cirurgiabariátrica em 2017, no momento a mesma não faz uso de nenhummedicamento continuo, nega alergias, relata ser ex tabagista a 15 anos. Aoexame clinico mesma encontra-se com níveis de orientação de tempo e espaçonormais, relatou ter realizado extração de alguns dentes superiores e inferioresapós quimioterapia. Iniciamos, a aferição dos parâmetros clínicos, Pressãoarterial (PA) 110/60mmhg, frequência cardíaca (FC) 77bpm, dentro dosparâmetros esperados pela normalidade, paciente sem relato de alteraçõesneurológicas e psicológicas, vale ressaltar que todas as informações colhidasforam fornecidas de forma espontânea e colaborativa pela paciente, e assinadotodos os termos de consentimento informado pela mesma.Na análise clínica odontológica, paciente apresenta-se com prótese fixa naarcada superior, elementos 31,41,42 e 43 com desgaste na incisal, e retraçãona lingual e vestibular, elemento 32 com mobilidade grau 3, e demaiselementos ausentes da arcada dentaria. Realizado Raio X dos elementos 31,32, 41, 42 e 43, onde constatou-se perda óssea no elemento 32, com indicaçãode exodontia, conduta programado cirurgia para o dia 17 de maio de 2023,
iniciado profilaxia com amoxicilina 500mg, para tomar 1hora antes doprocedimento, dipirona 1 frasco tomar 35gotas pós procedimento, se dor.No dia 17 de maio de 2023, na faculdade Universo, paciente com sinais epreparo pré-operatório em conformidade, iniciou-se a extração do elemento 32,paciente apresenta-se com PA de 120/70mmhg, FC 80bpm, A extração doelemento 32, é importante ressaltar que a extração dentária foi acompanhadapela Dra. Flavia Leite, e pelos acadêmicos Jessica Serber e Natalia Rodrigues,devidamente paramentadas conforme o protocolo de biossegurança,anestesiou-se o nervo mentoniano e lingual, sob anestesia de lidocaína a 2%com vaso, isso foi feito para garantir que o paciente não sinta dor durante oprocedimento, uso-se um afastador de bochechas e um sugador para manter aárea seca e isolada. Um campo estéril de proteção para evitar a contaminaçãoda área. Remoção do tecido gengival, feito uma incisão no tecido gengival aoredor do dente para expor a coroa e a raiz. Em seguida, utilizado uminstrumento chamado afastador para afastar suavemente o tecido gengival epermitir o acesso à raiz do dente, com o molt, separação do ligamentoperiodontal, utilizando uma alavanca odontológica adequada, feito movimentossuaves e controlados para separar o ligamento periodontal que conecta o denteao osso circundante. Esse processo ajuda a soltar o dente e facilitar suaextração., a extração do dente, foi rompido o ligamento periodontal com ofórceps dentários apropriados para segurar o dente e removê-lo do alvéolo (oespaço no osso onde o dente está inserido). A extração foi realizada commovimentos cuidadosos e precisos, aplicando pressão controlada. Após aextração do dente, limpou-se cuidadosamente o alvéolo para removerquaisquer restos de tecido gengival ou fragmentos ósseos. Avaliou-se o localda extração para verificar se havia algum fragmento de raiz ou tecido residual,quando necessário, esses fragmentos podem ser removidos. Em seguida,optamos por fechar o local da extração com suturas ponto simples com fio denylon. Por fim, fornecemos ao paciente, as instruções pós-operatórias,incluindo cuidados com a área tratada, como higienização adequada, evitaralimentos duros e quentes, e a prescrição de analgésicos ou antibióticos, senecessário, no caso dessa paciente, prescreve-se ibuprofeno 300mg por 3 diasde 12 em 12horas, e retorno em 7 dias para retirada dos pontos.
A paciente retornou no dia 24 de maio de 2023, para retirada da sutura, com acicatrização apresentando tecido de granulação, em ótimo aspecto, a mesmarelatou não ter nenhum incomodo após o procedimento, iniciamos assim osegundo passo para a reabilitação dessa paciente, a confecção da prótesePPR, para a arcada inferior, porém sendo necessário a reabilitação dessetecido por 1 mês pós procedimento, seguindo a conduta cientifica.É importante lembrar que cada caso é único e que esse passo a passo podevariar dependendo da complexidade do procedimento, da condição do dente edas necessidades específicas do paciente. É fundamental seguir as instruçõesdo profissional de odontologia para garantir uma recuperação adequada eevitar complicaçõesConclusãoSendo a exodontia dos incisivos em pacientes submetidos à quimioterapiapode ser necessária devido aos efeitos colaterais do tratamento. A reabilitaçãooral desses pacientes é um desafio que requer uma abordagemindividualizada, considerando as condições bucais específicas, a condiçãogeral do paciente e a adaptação às próteses dentárias removíveis. É essencialque os profissionais de saúde bucal trabalhem em conjunto com a equipe deoncologia para fornecer um cuidado odontológico adequado e melhorar aqualidade de vida desses pacientes.Em resumo, o tratamento precoce na exodontia pós-quimioterapia é crucialpara garantir uma recuperação oral adequada em pacientes que passaram portratamento quimioterápico. Isso envolve uma avaliação bucal cuidadosa antesdo início da quimioterapia, coordenação com a equipe médica, adoção demedidas de controle de infecção rigorosas e ações terapêuticas adequadasdurante e após a extração dentária. Essas medidas contribuem para minimizarcomplicações, promover a recuperação do paciente e melhorar sua qualidadede vida.

ISSN 2179-1589