REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 8 (2023)

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A Participação de Atletas Transgênero no Esporte de Alto Rendimento: Um Estudo sobre a Inclusão de Tiffany Abreu na Superliga Feminina de Voleibol

tays TAMARA PAULA ALVES, Thiago Silva Augustinho, weuller Souza Oliveira, Juliana Sampaio Ceccato

Resumo


    Este estudo examina as questões relacionadas às normas de gênero no esporte de alto rendimento, com foco na participação da atleta Tiffany Abreu na Superliga Feminina de Voleibol. A inclusão de atletas transgênero no cenário esportivo tem sido objeto de intensos debates, devido à falta de conhecimento e discussões sobre o tema. Neste contexto, foram analisadas as retaliações enfrentadas por Tiffany, que questionavam possíveis vantagens que uma mulher trans poderia ter em termos de força física e desempenho em competições.
     Embora algumas ex-atletas tenham levantado preocupações sobre as diferenças de desempenho, estudos têm mostrado evidências de que mulheres transgênero, durante o processo de transição, recebem bloqueadores hormonais que resultam em níveis reduzidos de testosterona em seus corpos. O Comitê Olímpico Internacional (COI) autoriza a participação de mulheres transgênero em competições, desde que cumpram os critérios estabelecidos nas diretrizes de novembro de 2015. Tiffany cumpriu todos os requisitos estabelecidos pelo COI e foi liberada pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) para atuar no time feminino.
    No entanto, a chegada de Tiffany à Superliga Feminina gerou controvérsias e especulações por parte de algumas ex-atletas. Através de declarações públicas, como as de Ana Paula Henkel, Tandara Caixeta e Sheila Castro, observamos insatisfação, ignorância e preconceito em relação à participação de Tiffany no voleibol feminino. Essas reações evidenciam a divisão binária de gênero e como pessoas intersexuais enfrentam estigmas sociais que as excluem de oportunidades esportivas.
     De acordo com estudos científicos, como o de Harper (2015), que investiga o impacto do controle hormonal no desempenho de atletas transgênero, não há evidências que sustentem a generalização de que certos corpos teriam vantagens significativas no contexto esportivo. Portanto, os argumentos utilizados pelas atletas citadas não possuem fundamentação científica, revelando especulações, transfobia e insegurança em relação à competição de alto nível, especificamente no voleibol.
   Com base nessas análises, é possível questionar as acusações contra a participação de Tiffany e outras atletas transgênero no esporte de alto rendimento. É importante promover a inclusão de todas as pessoas, independentemente de sua identidade de gênero, no espaço esportivo, garantindo oportunidades equitativas e combatendo a discriminação.


Vagner Matias do Prado e Alessandra Lo Gullo A. Nogueira. Foi publicado no periódico Revista Eletrônica Interações Sociais – REIS Revista de Ciências Sociais/ ISSN 2594- 7664 Artigo recebido em 28 de maio 2018/ Aprovado em 17 de ago. 2018 REIS v. 2 n. 1 | jan.-jun. 2018 | p. 60-72.



ISSN 2179-1589

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