REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 8 (2023)

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APINHAMENTO PRIMÁRIO TEMPORÁRIO E DEFINITIVO: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Patrícia Aparecida Fernandes RibeiroRibeiro, Cristina Duarte, Cristina Duarte, Adriane Seabra, Adriane Seabra, Brisa Alvarenga, Brisa Alvarenga, Deyce Jardim, Deyce Jardim, Maria Alice Nascimento, Maria Alice Nascimento, Isabela Brandão Magalhaes, Isabela Brandão Magalhaes

Resumo


O início da dentadura mista representa uma fase dinâmica do desenvolvimento da oclusão. Os primeiros molares permanentes irrompem e os incisivos decíduos são substituídos pelos incisivos permanentes.  Nesse estágio, 50% das crianças manifestam o apinhamento primário. O termo “apinhamento primário” refere-se a toda irregularidade presente na disposição dos incisivos permanentes – rotação e/ou deslocamento vestíbulo-lingual – devido à discrepância dente versus osso negativa. Esse apinhamento manifesta-se logo no primeiro período transitório, o que justifica a sua designação (apinhamento primário) e pode perpetuar-se até a dentadura permanente madura. Frente ao apinhamento primário, há que se ter uma visão preditiva do futuro: como os incisivos se comportarão espontaneamente ao longo do desenvolvimento da oclusão? Dependendo do fim que se tem em vista podemos classificar essa irregularidade: “apinhamento primário temporário” e“apinhamento primário definitivo”. Esses dois termos querem delimitar respectivamente o caráter de “normalidade” ou “anormalidade” do apinhamento primário no contexto anatômico e temporal da oclusão. É importante fazer uma avaliação para identicação de qual apinhamento se trata, se com o decorrer do tempo irá se autocorrigir ou se será necessário intervenção.

A realização do diagnóstico morfológico diferencial entre o apinhamento primário “temporário” e o “definitivo” é fator indispensável para a determinação da conduta terapêutica adequada e é uma das condições para não incidirmos em equívocos. Esse diagnóstico, clínico por excelência, exalta como referência anatômica a posição dos incisivos permanentes em relação à linha do rebordo alveolar. Quando os incisivos apresentam irregularidades de posição, mas irrompem na linha do rebordo alveolar, estamos diante do apinhamento primário temporário. O apinhamento primário temporário se corrige espontaneamente, necessitando apenas de um acompanhamento longitudinal. Diferentemente do apinhamento temporário, o apinhamento primário definitivo constitui má oclusão e, como tal, deve ser tratado precocemente. A conduta terapêutica dependerá da etiologia do apinhamento, se genética ou ambiental. O apinhamento é dito “genético” quando temos uma discrepância dente-osso negativa determinada por dimensões dentárias incompatíveis com as dimensões da base alveolar. Portanto, o tratamento requerido é a diminuição da massa dentária, através de desgaste interproximal nos dentes decíduos ou de um programa tradicional de extração seriada. O apinhamento primário definitivo “ambiental” é atribuído à discrepância entre tamanho dentário e forma do arco dentário. Estará presente em arcos atrésicos, com dimensões reduzidas, que necessitam expansão.

Em síntese, a proposição é deixar clara a importância do diagnóstico correto do apinhamento primário, com ênfase na disposição dos incisivos em relação à linha do rebordo alveolar, para que o profissional possa tomar a conduta precoce mais coerente nos variados casos de apinhamento primário.


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ISSN 2179-1589

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