REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 8 (2023)

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ERUPÇÃO ECTÓPICA INCISIVOS LATERAIS INFERIORES

Vanessa Chapuis Pertence, Isabela Brandão Magalhães, Gisele Cristina Carvalho Bezerra, Jessica Nathalim de Faria, Julliana Fernandes de Araújo, Patrícia Fernanda Braga de Andrade

Resumo


Durante a dentição mista podem ocorrer diversos fenômenos que levam à interferência no desenvolvimento da oclusão, portanto é imprescindível uma boa compreensão dessa fase por parte do cirurgião dentista, já que um diagnóstico precoce contribui para tratamentos mais efetivos e até para a prevenção de acometimentos. Anomalias quando precocemente diagnosticadas podem ser adequadamente prevenidas ou interceptadas e assim o prognóstico do caso é favorecido. O período de erupção dentária é um período propício para a ocorrência de diversas alterações, como exemplo podem ocorrer mudanças nas posições dos germes dentários, no tempo padrão esfoliativo dos dentes decíduos e irruptivo dos dentes permanentes. Tais alterações podem favorecer o estabelecimento de má oclusão, sendo a irrupção ectópica de dentes permanentes uma das situações que podem surgir. Segundo Pithon e Bernardes, o termo irrupção ectópica é usado para designar uma alteração no trajeto de irrupção normal de um germe dentário, em qualquer momento, ou seja, devido a uma alteração na posição do germe dentário, o dente irrompe fora do seu trajeto normal de irrupção, em qualquer ponto do osso alveolar ou basal. A irrupção ectópica é restrita aos dentes permanentes e a irrupção ectópica de incisivo lateral inferior é uma situação de rara ocorrência. Irrupções ectópicas costumam ocorrer sem causa aparente e sem nenhuma outra anomalia dentária de número ou forma presente. De acordo com esses mesmos autores citados, muitas vezes os termos irrupção ectópica e transposição são confundidos. No entanto, a transposição se refere a mudança de posição entre dois dentes, indo um ocupar o lugar do outro, ou seja, toda transposição consiste numa irrupção ectópica, mas nem toda irrupção ectópica trata-se de uma transposição. O correto diagnóstico é a peça chave para um bom tratamento. Radiografias panorâmicas, teleradiografias e radiografias periapicais são, segundo Siled e Azevedo, as melhores formas de diagnosticar a posição dentária e assim direcionar ao correto tratamento. Além disso, a época em que o tratamento é realizado é um outro fator relevante a ser considerado para que seja possível realmente devolver o elemento dentário ao seu correto posicionamento no arco, reiterando a importância de um diagnóstico e tratamento o mais precoce possível. Para os incisivos laterais inferiores autores indicam como tratamento o nivelamento e mesialização no início do período inter-transitório da dentadura mista, quando o incisivo lateral ainda se mantém distante do canino em desenvolvimento. Muitas vezes faz-se necessário exodontia do canino decíduo e desinclinação dos incisivos com auxílio de aparelho ortodôntico fixo. Cada caso é um caso, uma anamnese completa e avaliação clínica minuciosa devem sempre ser feitas.

 


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ISSN 2179-1589

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