REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 7 (2022)

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RESENHA DO ARTIGO: Interações medicamentosas na clínica odontológica.

Regina Célia Pinheiro, Kelly Ferreira de Castro

Resumo


Avner Luís Bertollo, Cristiano Demartini e Ângelo Luís Piato são autores do artigo de revisão renomeado Interações medicamentosas na clínica odontológica, publicado na Revista Brasileira de Odontologia, vol. 70, núm. 2, 2013, p. 120-4, Rio de Janeiro.

Ao sondar a biografia dos autores pode-se observar que Avner Luís Bertollo e Cristiano Demartini são acadêmicos de Odontologia da Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Ângelo Luís Piato é Doutor em Ciências Farmacêuticas pela UFRGS.


O artigo de revisão intitulado Interações Medicamentosas na clínica odontológica, tem como objetivo elucidar a importância do conhecimento farmacológico na atuação do cirurgião-dentista e pontuar interações medicamentosas dos fármacos mais prescritos por esses profissionais, uma vez que essas interações geram consequências para o paciente e para os sistemas de saúde, sobrecarregando os hospitais com aumento no tempo de permanência do internado. Um exemplo que sustenta essa afirmação é especificamente uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, a qual aponta que aproximadamente 74 mil internações de emergência podem estar associadas a essas interações, e com base nisso podemos entender a importância da correta prescrição dos fármacos. Além disso, o artigo promove também o conhecimento da ferramenta virtual UpToDate, que funciona como um sistema de consultas online no qual o dentista poderá pesquisar potenciais intercorrências medicamentosas de uma prescrição.

Portanto, é evidente a relevância do presente artigo para estudantes e atuantes na área odontológica, visto que a leitura traz conhecimentos enriquecedores sobre a administração de medicamentos, que é uma prática recorrente na profissão e regulamentada por lei que confere legitimidade à prescrição.

No que se refere aos pontos mais destacados pelos autores, é de suma importância salientar primeiramente, a qualidade textual da estrutura do artigo que apresenta um excelente desenvolvimento do tema e uma linguagem compreensível também a leitores que não são da área em questão.

Inicialmente é apresentado o conceito de interações medicamentosas em que o fármaco pode ser alterado tanto pela presença de outro fármaco como também por


alimentos e fatores ambientais (ex.: tabagismo, alcoolismo, etc.). As interações são classificadas em: farmacocinéticas, farmacodinâmicas, farmacêuticas ou efeito, e o texto traz a explicação de cada uma.

A partir disso, ele inicia a abordagem sobre a base de dados UpToDate (disponível em: www.uptodate.com.br), como um excelente material de apoio para o dia-a-dia da prática clínica. Ao realizar uma consulta na plataforma, o resultado será representado por: A, B, C, D e X, e a seguir conseguimos entender como interpretar cada classificação:

A - Interação desconhecida.

B - Nenhuma ação do profissional é necessária: há pouca ou nenhuma interação relevante na administração medicamentosa simultânea.

C - Monitoramento necessário da terapia: há evidências que os fármacos podem interagir se administrados simultaneamente, mas nesse caso os benefícios ainda superam os riscos, é importante monitorar e se necessário reajustar a dosagem.

D - Modificação da terapia é considerável: a interação é relevante e os riscos podem superar os benefícios. Além do ajuste da dosagem, pode ser indicado o uso de outro medicamento.

X - Combinação contraindicada: O maleficio é superior aos benefícios.


Com objetivo de ilustrar melhor esses resultados, os autores criaram uma tabela com as classes farmacológicas mais utilizadas na odontologia (anti-inflamatórios, antifúngicos, antibióticos, analgésicos, etc.). Logo, fica claro a utilidade da ferramenta virtual e o quanto é possível se beneficiar dessa tecnologia para melhorar a qualidade e segurança do atendimento.

Por fim, é destacada a importância de realizar uma boa anamnese com intenção de conhecer o histórico do paciente, sabendo que existem fatores de riscos que contribuem para a ocorrência da interação medicamentosa, como: doenças crônicas (ex.: Diabetes, doenças renais, Hipertensão), automedicação (medicamentos que possuem venda livre), ingestão de chás ou plantas medicinais, polifarmácia, etc.

Idosos também precisam receber uma prescrição cautelosa, em razão das alterações nutricionais associadas aos processos farmacocinéticos que ocorrem frequentemente no organismo desses pacientes.

Portanto, afirma-se novamente a relevância do presente artigo para o conhecimento do cirurgião-dentista, afim de desenvolver um domínio das técnicas medicamentosas por meio de ferramentas e transluzir a importância de entender o perfil do paciente, desenvolvendo um trabalho ético e responsável.

Com base nisso, a leitura é indicada para os acadêmicos de odontologia, formados na área, pesquisadores e a todas as pessoas que se interessarem pelo assunto.




ISSN 2179-1589

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