REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 7 (2022)

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O uso de diversas substâncias proibidas por atletas e praticantes amadores de atividades físicas

Walter Batista Cicarini, Alessandra Cavalieri Carneiro

Resumo


Walter Batista Cicarini 1

Alessandra Cavalieri Carneiro 2

Com o objetivo de se obter um aumento no desempenho esportivo e uma melhora da estética corporal, muitas vezes substanciais, atletas de alto rendimento e praticantes de diversos tipos de atividades físicas, principalmente atividades que envolvam o desenvolvimento da força muscular e hipertrofia, optam, equivocadamente, por utilizar substâncias que são proibidas para este determinado fim. A chamada Lista Proibida, publicada e atualizada anualmente pela Agência Mundial de Controle de Antidopagem (WADA), aponta que várias são as substâncias e métodos proibidos existentes que são classificados como Doping. Dentre as substâncias proibidas mais utilizadas por esses indivíduos estão os Agentes anabolizantes; Hormônios peptídeos relacionados ao fator de crescimento; Agonista beta-2 dentre outros. Não é raro os casos em que o atleta utiliza mais de um tipo de substância. Já a utilização por indivíduos praticantes de atividades físicas está, como citado acima, meramente associado a melhoria da estética corporal, conhecido como Doping estético. Os dados de atletas profissionais que testaram positivo com essas substâncias e que receberam suspensão definitiva da atividade (após a finalização do processo jurídico), divulgados pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem em julho de 2022, consta que 72% dos atletas punidos utilizaram tais substâncias mencionadas.  O GH, também conhecido como somatotropina ou hormônio somatotrófico, é o mais abundante hormônio secretado pela adenohipófise. Vários estudos demonstram que o GH, fisiologicamente,  estimula o aumento do gasto energético, aumenta a capacidade oxidativa de lipídios e, também, favorece a mobilização de ácidos graxos livres do tecido adiposo para geração de energia. A sua utilização, sem indicação de um endocrinologista, poderá acarretar risco de acidente vascular cerebral (AVC), alterações do metabolismo de glicose, hipertensão intracraniana dentre outros. Os agonistas beta-2 acarreta a broncodilatação, leva a vasodilatação dos pequenos vasos coronários e dos vasos sanguíneos do músculo esquelético e, consequentemente, aumenta a capacidade de oxigenação dos tecidos aumentando a produção de ATP e do crescimento muscular. A testosterona e seus derivados estão relacionados com os hormônios  anabólicos androgênicos (EAA). Estes, produzidos nos testículos e no córtex adrenal, possuem funções fisiológicas que estão relacionadas com as características sexuais secundárias associadas à masculinidade. Os EAA podem causar diversos efeitos colaterais, como psicopatologias, câncer de próstata, doença coronariana e esterilidade. É de fundamental importância um controle rigoroso com relação ao uso indiscriminado dessas substâncias no intuito de evitar efeitos adversos que, muitas vezes, são irreversíveis.

 

Palavras-chave:  Desempenho. Doping. Somatotropina. Agonista beta-2. Anabólicos.

1 Mestre em ensino, com ênfase em Bioquímica, pela Pontifícia Universidade Católica – PUC Minas; Doutor em Análises Clínicas e Toxicológicas pela Escola de farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG; Docente do curso de Enfermagem, Educação Física, Odontologia e Psicologia da Faculdade Universo BH.

2 Mestre em Educação Física - Ciências do Esporte, pela Universidade Federal de Minas Gerais -UFMG; Docente do curso de Educação Física da Faculdade Universo BH

 

 




ISSN 2179-1589

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