A educação é um fator crucial para o tratamento da DPOC e pode ajudar o paciente a entender melhor as alterações provocadas pela doença e como lidar com elas. Deve abordar, entre outros tópicos, os benefícios dos exercícios físicos, uma vez que níveis de atividade física diária guardam estreita relação com incapacidade funcional e mortalidade. O conhecimento não melhora o desempenho físico, mas pode melhorar a habilidade para lidar com a doença, aderir ao tratamento e evitar a inatividade. O trabalho de pesquisa objetivou verificar se existe relação entre o número de passos dados por dia e o conhecimento do indivíduo sobre a DPOC. Para tanto, envolveu estudo transversal analítico em portadoresde DPOC em acompanhamento médico em uma clínica de Pneumologia de Goiânia, aprovado pelo comitê de Ética da PUC-GO (CAAE: 61577016.3.0000.0037).  O número de passos foi avaliado por meio do pedômetro Yamax Digi-Walker 700, utilizado pelo indivíduo por 4 dias consecutivos no seu domicílio. Para avaliar o conhecimento sobre a doença, foi utilizado o questionário Bristol de conhecimento sobre DPOC, validado na língua portuguesa. A pontuação do questionário Bristol é dada em porcentagem de acertos alcançados em 65 questões, divididas em 13 domínios de 5 questões cada. Foi realizada estatística descritiva e teste de correlação de Pearson para verificar existência de associação entre as variáveis “número de passos” e “conhecimento sobre a doença”. Foram avaliados 42 portadores de DPOC, sendo 23 homens (54,8%) e 19 mulheres (45,2%), com idade média de 73,52 ± 7,26 anos. A média de passos registrados em 4 dias foi de 5.244,72± 4.620,43. A média de porcentagem de acerto no escore total do questionário Bristol foi de 48,02% (±8,57). Não foi observada relação estatística significativa entre o número de passos e o conhecimento sobre a doença (p=0,18). No entanto, quando se avalia cada domínio isoladamente, houve correlação direta e moderada entre o domínio “Tratamento de Antibióticos em DPOC” e número de passos (p=0,002, r: 0,354). Com a ultimação dos trabalhos científicos, constatou-se que não há relação entre conhecimento sobre a doença e número de passos diários. A média de passos por dia é inferior aos 10.000 passos recomendados como média para se considerar um indivíduo ativo, além disso, apresentam conhecimento sobre a DPOC inferior a 50% do escore máximo.

 

Palavras-chave: número de passos diários; portadores de DPOC; existência de relação entre os dados.

ISSN 2179-1589