REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS UNIVERSO – SÃO GONÇALO, Nº 7 – TRABALHOS ACADÊMICOS UNIVERSO – SÃO GONÇALO 2019

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ESTUDO DE CASO: Hemorragia digestiva causada por Esclerodermia Sistêmica

Viviane Mukim Mukim de Moraes Mesquita

Resumo


Viviane Mukim de Moraes (1), Raquel Luísa Pereira Castro (2)

  1. Docente do curso de Nutrição da Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO campus SG, RJ, Brasil

  2. Discente do curso de Nutrição da Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO campus SG, RJ, Brasil

 

           

            A Esclerodermia é uma doença crônica e auto-imune, onde o sistema imunológico ataca os tecidos do próprio organismo. Existem dois tipos de Esclerodermia: a Esclerodermia Localizada e a Esclerodermia Sistêmica. Na Esclerodermia Localizada, o sistema imunológico afeta células produtoras de colágeno em áreas restritas da pele e  poupa os órgãos internos e vasos sanguíneos ela pode manifestar-se de duas formas na pele: Mórfea: aparece de forma oval, esbranquiçadas no centro, surge no tronco, braços, pernas ou fronte e Linear: são áreas de pele endurecida que se estendem pelo tronco ou pelos membros. Já na Esclerose Sistêmica, o sistema imunológico provoca lesões nos vasos sanguíneos capilares e nas células produtoras de colágeno (na pele e em todo o organismo) e este tipo também pode manifestar-se de 2 maneiras: Esclerose Sistêmica Cutânea Difusa: afeta os órgãos internos (pulmões, coração, tubo digestivo, esôfago e rins) e a pele dos dedos, mãos, braços, pernas, face, pescoço e tronco ficam endurecidas.

Esclerose Sistêmica Cutânea Limitada: afeta órgãos internos mais tardiamente (tubo digestivo e pulmões) e pele mais afetada é a dos dedos, antebraços e pernas, face e pescoço.

 

RELATO DO CASO

 

Paciente V.S.M., sexo feminino, nascida em 01 de Fevereiro de 1955, está hoje com 63 anos de idade e aposentada deu entrada no Hospital Desembargador Leal Júnior no dia 25/09/2018, admitida por conta de Esclerodermia Sistêmica. Apresentava como comorbidades diabetes tipo II e Hipertensão Arterial Sistêmica. Ao exame físico apresentava náuseas, vômito bilioso, distensão abdominal, associado à dor e constipação, acianótica, hipocorada, eupnéica, afebril, ar diminuído com roncos, abdômen globoso, flácido, peristáltico, doloroso a palpação, sem edema e panturrilhas livres. Os níveis pressóricos estavam levemente baixos (PA: 100 X 60 mm/hg ), mas FC (frequência cardíaca): 70 bpm e HGT (hemoglicoteste): 81 mg//dL dentro dos parâmetros de normalidade. Vinte e quatro horas após sua admissão, a paciente apresentou aumento do sangramento o que provocou uma queda dos níveis de hemoglobina (7 mg/dL), hemácias (2,5 milhões/mm2) e hematócrito de 21% e uma grande elevação da uréia sanguínea. Associado a este perfil bioquímico, a paciente também estava com os níveis de leucócitos bastante elevados apontando sérias lesões no tubo digestivo. Paciente acamada, teve altura estimada em 1,60m, peso estimado (informado pela filha) de 50 Kg, IMC de 19,53 kg/m² (baixo peso considerando classificação de IMC para idosos), apresentando depleção muscular de acordo com a circunferência da panturrilha (25cm). As necessidades do paciente foram calculadas levando em consideração a gravidade e idade da paciente, sendo recomendado uma dieta normocalórica cerca de 30 kcal/Kg pois mesmo apresentando uma dieta de alto grau de estresse metabólico ela é idosa e com estado nutricional um pouco debilitado, logo forçaria demais oferecer um aporte hipercalórico. Sendo assim, foi planejado para a paciente cerca de 1500Kcal, 1,3g de ptn/kg=65g (17% VET), hiperprotéica para oferecer substrato para recuperação do colágeno que está sendo destruído pela doença e também para oferecer subsídios para produção de proteínas de fase aguda de estresse metabólico e também para fortalecimento do sistema imune; 53% VET de carboidrato e 30% VET de lipídios. A paciente recebeu durante sua internação uma dieta oral liquida pastosa sem irritantes gástricos e constipantes com suplemento calórico-protéico 2 vezes ao dia.

CONCLUSÃO: A paciente respondeu bem ao tratamento clínico imposto pelos médicos e dietoterápico imposto pelo setor de nutrição e obteve alta hospitalar em 7 dias.

 

 


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ISSN 2179-1589

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