A presente dissertação teve como objetivo adaptar uma escala de inteligência para a aplicação informatizada e garantir que sejam mantidas as características psicométricas da versão original da escala mesmo na aplicação eletrônica.  Foram realizados dois estudos. No primeiro, buscou-se avaliar a estrutura latente da versão informatizada do Teste de Raciocínio Abstrato e Espacial. Para tanto, a versão eletrônica foi aplicada em 540 estudantes, dos oitavo e nono ano do ensino básico, de quatro instituições educacionais públicas e privadas da cidade de Itaboraí, Niterói e São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Os participantes tinham idades entre 13 e 18 anos (M = 14,71; DP = 1,20), e a maior parte da amostra foi formada por jovens do sexo feminino (55,7%). O Teste de Raciocínio Abstrato e Espacial (TRAE) foi informatizado em uma plataforma gratuita denominada de Java, que pode ser definida como uma linguagem de programação que são compiladas para um bytecode que é executado por uma máquina virtual. A análise da estrutura interna do TRAE, versão informatizada, foi avaliada por meio da Modelagem por Equações Estruturais. Os resultados indicaram a adequação de um modelo unifatorial para a versão informatizada do TRAE. Tais resultados confirmam, parcialmente, a estrutura bifactor do instrumento original. O primeiro estudo indicou, também, que os itens apresentaram equilíbrio na distribuição do parâmetro de dificuldade. No segundo estudo, buscou-se avaliar a equivalência da estrutura fatorial e parâmetros dos itens entre as versões informatizadas e lápis e papel do TRAE. Participaram 318 estudantes do oitavo e novo anos do ensino básico, de escolas públicas e privadas, da cidade de São Gonçalo - RJ, entre 12 e 21 anos (M = 14,69; DP = 1,27) e sendo 55% do sexo feminino que responderam a ambas as versões informatizada e lápis-e-papel. Os dados foram analisados no contexto da Modelagem por Equações Estruturais. Foram testados três modelos: 1 configural, no qual foram fixados o número de fatores como iguais entre os formatos de aplicação; 2­ métrico, no qual foram fixados o número de fatores e cargas fatoriais; 3 escalar, no qual foram fixados os parâmetros dos modelos anteriores mais os thresholds. Os resultados indicaram que o TRAE atendeu aos pressupostos de invariância do modelo. Conclui-se que o TRAE informatizado apresentou evidências de validade de estrutura interna satisfatória e equivalência ao modelo teórico, bem como invariância dos parâmetros dos itens entre a versão informatizada e a de lápis e papel. Estudos futuros poderiam reunir evidências adicionais da invariância do instrumento informatizado, mediante a comparação de sua estrutura interna e relacionar os escores do teste TRAE informatizado com os escores de outros instrumentos informatizados e que já haviam apresentado boas evidências de validade. Tais resultados fornecem mais uma medida, de aplicação rápida, que colabora para a compreensão da inteligência e dos processos de aprendizagem de crianças e adolescentes em idades escolares, contribuindo principalmente para avaliações que tenham como objetivo melhorar as estratégias de ensino e aprendizagem.