O Pantanal Sul-Mato-Grossense é uma imensa planície alagável, com uma população especial do ponto de vista da sobrevivência e do seu trabalho. Nessa imensa área está inserido o maior rebanho bovino do mundo, ainda criado em muitas fazendas sob o regime de pecuária extensiva. É nesse universo de grandes áreas alagáveis, gado bovino, comunidades isoladas que se situa o peão pantaneiro, que há mais de 200 anos habita o pantanal aprendendo a conviver com seu mundo “ inundado, úmido ou seco”.O peão pantaneiro, alvo de nosso estudo, é o responsável pelo ponto forte da economia da área que em muitas cidades da região baseia-se quase que exclusivamente na pecuária de cria e engorda e vivendo em comunidades isoladas e às vezes composta única e tão somente pelo núcleo familiar.A relevância deste trabalho é, portanto, diagnosticar e conhecer quem é o homem pantaneiro, contribuindo desse modo para o conhecimento desse segmento que faz parte de mais uma das camadas invisíveis da sociedade brasileira e que em muito contribuem para o desenvolvimento de nosso país. O Brasil é um país imenso e diferenciado e só poderemos entender o seu povo estudando, cada uma de suas regras e ou cada grupo populacional. A diversidade de atividades, costumes e serviços estão transformando a cultura pantaneira. Os maiores acessos às cidades é um dos fatores que contribuem para a transformação dos comportamentos e costumes do pantaneiros, além das mudanças provocadas pelo êxodo rural, o contacto com novas tecnologias também estão afetando o modo de ser do peão pantaneiro. Ao defrontar-se com os espaços urbanos, sua espontaneidade e todo o seu conhecimento empírico muitas vezes se perdem e/ou se confundem em meio à tecnologia e a informação. Isso contribui no ato de mudar todos os costumes do peão pantaneiro.