O mundo encontra-se em um processo de globalização e de crescente aumento de políticas neoliberais e conservadoras. Diversos países estão passando por crises econômicas e de gestão, sendo os países subdesenvolvidos e/ou em desenvolvimento os mais atingidos. Regiões em estado de desenvolvimento ou que pouco se desenvolveram possuem baixos índices de escolaridade, altos índices de evasão escolar, baixos índices de oportunidades e são marcados pela configuração extremista de desigualdade social. A Economia Solidária e o cooperativismo (o modelo de autogestão de uma maneira geral) surgem como uma alternativa e um caminho de possibilidades para grupos oprimidos pelo sistema, que possui índices consideráveis de desemprego, e que almejam contestar as relações tradicionais e subordinadas de trabalho. Conceitualmente, a Economia Solidária se baseia na ideia de que os benefícios da atividade econômica devem estar ao alcance daqueles que a realizam, ou seja, dos trabalhadores. Tal proposta diferencia-se da realidade da sociedade centrada no mercado, justamente em função dos seus princípios e valores. Seus fundamentos são o humanismo, a liberdade, a igualdade, a solidariedade e a racionalidade. As primeiras iniciativas se deram em forma de cooperativas em busca de recuperar o trabalho e a autonomia econômica, perdidos em nome da lógica capitalista (SINGER, 2002). Conceitualmente é uma saída aos excluídos, e ainda mais considerando que o capitalismo tem como força motriz justamente a desigualdade social, racial e de todas as configurações de gêneros (dado que o sistema inviabiliza equidade). Tanto, que a origem da acepção da economia solidária está intimamente ligada com o capitalismo industrial e do impacto gerado pelo modelo socioeconômico.