O presente trabalho visa a propor, a partir de revisão de literatura, uma reflexão acerca da relação entre “desabilidade” ou “deficiência” e o mundo do trabalho, investigando a possibilidade de inclusão dessas pessoas no exercício laboral. A partir da pesquisa, destacamos que, apesar de se ressaltar que as barreiras que dificultam o acesso do deficiente – em especial o deficiente mental – ao mercado de trabalho são sociais, pouco se vê no sentido de alterações/reformas no âmbito da sociedade para que a mesma se veja mais apta a incluir, de fato, aqueles que fogem, ou se desviam da “média”. O foco, em geral, recai sobre o sujeito, o qual se vê cerceado em seu desenvolvimento pessoal/profissional, uma vez que as condições para que seja, de fato, incorporado ao mercado de trabalho não são facilitadas. É notável que o “mundo do trabalho” se revela “ableísta”: ele estabelece fronteiras entre normal e anormal conforme as exigências de produtividade do mercado e relativamente à adaptação dos indivíduos a essas exigências, para, então, excluir os que não se adaptam. Conclui-se então que, dessa forma, o espaço laboral não se constitui como um espaço que propicia a efetiva inclusão social de indivíduos portadores de condições diferenciadas enquanto o mesmo não permite uma reestruturação de sua própria organização.