Introdução: O período puerperal tem sido descrito como uma fase da vida feminina com grande probabilidade do desenvolvimento de transtornos mentais, pois além dos riscos do gênero, temos as mudanças no núcleo familiar, medos, responsabilidades, alterações físicas e hormonais relacionadas a gestação e ao parto¹. As causas da depressão puerperal (DP) são multifatoriais, associadas a fatores físicos, emocionais, relacionados ao estilo e qualidade de vida e problemas mentais prévios, mas acredita-se que a principal causa seja o desequilíbrio hormonal decorrente do término da gestação^2,3. A DP pode ser definida como uma condição de profunda tristeza, sentimento de desespero e desesperança, que ocorre normalmente após o parto¹, antes e a qualquer momento durante o primeiro ano pós-parto^4,5. A prevalência da DP no Brasil não está bem estabelecida devido grande heterogeneidade dos métodos adotados nos estudos, variações socioeconômicas entre as regiões do país e dimensões continentais do Brasil⁶. A equipe de enfermagem atua diretamente no acompanhamento da gestação, participando desde o planejamento da gravidez, nas consultas de pré-natal, no parto e no pós-parto, além de diversos encontros, principalmente no primeiro ano pós-parto, onde é possível observar a relação mãe-bebê, nas consultas de pós-parto, puericultura e vacinação, tendo assim um papel de suma importância na identificação de situações de risco, em especial nas alterações emocionais da puérpera, que pode ser um primeiro sinal da DP^3,7. Objetivos: Descrever a atuação da equipe de enfermagem no cuidado, na prevenção e na identificação das mulheres que apresentam DP e entender quais as dificuldades encontradas nestes processos, e os benefícios que podem ser atingidos na prevenção, identificação e tratamento destas mulheres. Metodologia: Trata-se de um artigo de revisão da literatura, que analisa produções científicas recentes provenientes de uma busca no Portal Regional da BVS utilizando os seguintes descritores: depressão pós-parto, enfermagem e gestação. Resultados e Discussão: A maioria dos estudos avaliados relata a importância da atuação da equipe de enfermagem na prevenção, identificação e tratamento da DP, principalmente pela proximidade e facilidade de acesso desses profissionais com as gestantes/puérperas^7,8, foi possível identificar ainda, que o acolhimento humanizado é uma das estratégias de prevenção da DP mais utilizadas e mais eficazes^8,9, principalmente quando utiliza-se de métodos de escuta qualificada como a aplicação da escala de Edinburgh (EPDS)⁹, e que é preciso melhorar o enfoque principalmente nas visitas domiciliares ás gestantes e puérperas, tendo em vista que essas são voltadas para avaliação fisiológica da mãe e do bebê com pouca atenção à saúde mental e emocional da mãe^8,9,10. Conclusão: A equipe de enfermagem é peça fundamental na identificação da DP de forma precoce, na prevenção e no auxílio ao enfrentamento/tratamento da DP, porém nem todos estão preparados para reconhecerem os sinais e sintomas ainda na fase inicial, frente  a isso identifica-se que a falha pode começar na formação dos enfermeiros culminando em falhas na capacitação da equipe de enfermagem, na abordagem voltada as gestantes nos grupos multas vezes com foco apenas nas questões fisiológicas e deixando o psicoemocional de lado.