REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 17 (2023)

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APLICAÇÃO DE OZONIOTERAPIA E TERAPIA FOTODINÂMICA COMBINADAS NO TRATAMENTO DE OTITE CANINA

Thais Aparecida Paula, Gislaine Braga Moura, Lavinia Belinne Barbosa, Lilian dos Santos Ribeiro, Rodrigo Guerra de Mello

Resumo


APLICAÇÃO DE OZONIOTERAPIA E TERAPIA FOTODINÂMICA COMBINADAS NO TRATAMENTO DE OTITE CANINA GISLAINE BRAGA MOURA¹, LAVÍNIA BELLINE BARBOSA¹, THAIS APARECIDA DE PAULA¹, LILIAN DOS SANTOS RIBEIRO2, RODRIGO GUERRA DE MELLO2¹Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário UNIVERSO - Juiz de Fora; 2Docente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário UNIVERSO - Juiz de Fora
E-mail: rodrigo.guerra@jf.universo.edu.br
Introdução:A otite canina é um processo inflamatório multifatorial que envolve a porção externa do ouvido, sendo um dos problemas clínicos mais comumente relatados na rotina dos animais de pequeno porte. Estima-se acometer cerca de 20% dos cães (BIRCHARD & SHERDING, 2003). Trata-se da inflamação do conduto auditivo que apresenta dificuldade de prevenção, tratamento e eliminação das causas que levam a reincidências (BIRCHARD & SHERDING, 2003). Algumas raças de cães são mais predispostas a afecções de ouvidos do que outras, isso se deve à formação anatômica das orelhas que, quando projetadas para baixo, obstruem a entrada de ar, prejudicando a adequada secagem do canal auditivo, resultando em um ambiente quente, úmido e escuro, o que contribui para o crescimento de microrganismos como leveduras, fungos e bactérias. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar a recuperação clínica de um cão com otite após ser submetido ao tratamento combinado de ozonioterapia e terapia fotodinâmica, com intuito de atenuar o uso indiscriminado de antibióticos e outros medicamentos. Metodologia: O caso foi descrito a partir dos dados do prontuário do paciente, atendido no período de julho a setembro de 2023 na Clínica Veterinária San Rafael, e discutido com base em dados da literatura. Para a revisão de literatura utilizou-se as bases do Google Acadêmico, Scielo Brasil e Periódicos Capes, sendo selecionados artigos científicos do período de 2010 a 2023. A pesquisa foi conduzida por meio dos descritores “ozonioterapia”, “fotodinâmica” e “otite canina”. Resultados/discussão: Cadela da raça York Shire, 6 anos, pesando 2,3 kg, apresentando histórico de otite crônica bilateral já anteriormente submetida a diversos protocolos alopáticos, tendo como última prescrição medicamento otológico a base de gentamicina, betametasona e miconazol, quatro gotas, BID. Ao exame físico, apresentou sinais clínicos de prurido nos ouvidos, movimentos de “balançar de cabeça”, eritema, exsudato, além de manifestações comportamentais de dor, como choro ou resposta agressiva quando o canal auditivo era palpado. Foi realizado swab otológico e otocultura para identificação dos agentes etiológicos, sendo identificada a presença de bactéria cocos gram-positiva e fungo Malassezia sp. O tratamento proposto foi a ozonioterapia associada a terapia fotodiâmica. Ambas apresentam propriedades bactericidas, fungicidas, anti-inflamatórias e antiálgicas, além de baixo custo e mínimas contraindicações, com resultados significativos no combate a bactérias, sendo terapias atraumáticas e de amplo espectro (PENIDO et al., 2010). KASHEF et al. (2011) descreveram que a terapia fotodinâmica com o uso do corante azul de metileno apresenta excelentes resultados contra as bactérias e fungos, sendo indicada no tratamento de otites resistentes a antibioticoterapia. Tal terapia utiliza o mecanismo de estresse oxidativo das próprias células do hospedeiro para combater o microrganismo, sendo eficaz no combate às bactérias. O gás ozônio possui propriedades de oxidação da membrana celular e seus componentes citoplasmáticos, consequentemente, eliminando os microrganismos presentes, tornando-se um gás fungicida, bactericida, vermicida, parasiticida e viricida (VILLELA et al., 2017). Conclusão: O tratamento instituído foi efetivo na obtenção do controle e, possivelmente, cura da enfermidade, sem a necessidade do uso de outros tratamentos adicionais, inclusive antibioticoterapia. O paciente segue com indicação de acompanhado mensal para a verificação de ocorrência de recidivas por, pelo menos, seis meses. Por serem tratamentos não invasivos e com respostas satisfatórias, são ótimas opções para os tutores, que atualmente estão buscando maior qualidade de vida e bem-estar para seus animais.
 
REFERÊNCIAS
BIRCHARD, S. J; SHERDING, R. G. Manual Saunders: clínica de pequenos animais. Roca, São Paulo, 2º edição; 2003. KASHEF, N.;DJAVID, G. E.. SIROOSY, M.; KHANI, A. T.; ZOKAI, F. H.; FATEH, N.Photodynamic inactivation of drug-resistant bacteria isolated from diabetic foot ulcers. Iranian Journal Of Microbiology, Irã, p.36-41, mar. 2011. PENIDO, B. R.; LIMA, C. A.; FERREIRA, L. F. L. Aplicações da ozonioterapia na clínica veterinária. PUBVET, 4, Art-974., 2010. VILLELA, P. A., SOUZA, N. C.; BAIA, J. D.; GIOSO, M. A.; ARANHA, A. C. C.; FREITAS, P. M. Antimicrobial photodynamic therapy (aPDT) and photobiomodulation (PBM – 660 nm) in a dog with chronic gingivostomatitis. Photodiagnosis and Photodynamic Therapy, v. 20, p. 273 – 275, 2017.

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ISSN 2179-1589

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