REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 17 (2023)

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CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS COM ÊNFASE EM ACOMETIMENTOS NA ESPÉCIE EQUINA

Thiago Senra Santos, Débora Melo Pires, Letícia Valle Machado Fonseca, Raiana Gonçalves Moreira, Vanessa Silva Antonelli, Lilian Santos Ribeiro, Thauan Carraro Barros

Resumo


Introdução: A ferida é decorrente de um trauma tecidual, podendo ser causada de forma acidental ou intencional, como os cortes cirúrgicos. Antes de iniciarmos o tratamento de qualquer ferimento, devemos saber como classificá-los, pois cada tipo de lesão terá um tempo de cicatrização relacionado a sua extensão, a presença ou ausência de contaminação e a quantidade de tecido acometido, o que é fundamental para decidir a melhor forma de tratamento e quais ações deverá tomar para que tenha sucesso na terapêutica. Objetivos: Esta revisão de literatura tem como objetivo analisar e discutir os diversos tipos de feridas com ênfase na espécie equina. Metodologia: Foram consultadas as bases digitais e revistas eletrônicas disponíveis nos seguintes buscadores: Google Acadêmico, Scielo Brasil, PUBVET e Periódicos Capes, sendo utilizados os descritores: “classificação de feridas”, “feridas em equinos”, “tratamento de feridas”. Desenvolvimento: A classificação de feridas pode se dar pela utilização de vários parâmetros, entre eles o tipo de agente causal, grau de contaminação, tempo de traumatismo e profundidade das lesões, sendo que os dois primeiros são os mais utilizados (UNICAMP, 2000). O grau de contaminação é um fator importante a ser considerado e inclui lesões limpas, limpo-contaminadas, contaminadas e infectadas (CÔRTES, 2013), norteando a necessidade de antibioticoterapia As feridas podem ainda ser classificadas como abertas ou fechadas, a depender do grau de penetração na pele (UNICAMP, 2000). As feridas fechadas ocorrem quando a superfície da pele permanece intacta, atuando como uma barreira protetora contra qualquer contaminação. Por contraste, as feridas abertas ocorrem quando há quebra da integridade da pele ou das membranas mucosas. Quanto ao agente causal elas podem ser consideradas: incisas ou cortantes – aquelas provocadas por agentes cortantes, como faca, bisturi e lâminas; corto-contusa - quando o agente não tem corte tão acentuado, sendo a forma do traumatismo que causa a penetração do instrumento; perfurante - quanto às feridas ocasionadas por agentes longos e pontiagudos; perfuro-contusas - são aquelas provocadas por arma de fogo; lácero-contusas - são aquelas em que os mecanismos mais frequentes são a compressão ou tração, apresentando as bordas são irregulares, com mais de um ângulo; perfuro-incisas - provocadas por instrumentos perfuro-cortantes que possuam gume e ponta; escoriações - ocorrem quando a lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, e a pele é arrancada; equimoses e hematomas - na equimose há rompimento dos capilares, por perda da continuidade da pele e, no hematoma, o sangue extravasado forma uma cavidade (UNICAMP, 2000). As feridas mais comuns e de maior incidência nos equinos são as perfurantes e lácero-contusas, relacionadas aos tipos de instalação em que encontram-se estes animais e formas de manejo, sendo produzidas por objetos como cercas de arame farpado, troncos de manuseio, portas de cocheiras, pontas de cercas de eucalipto ou até mesmo em incidentes devido à aplicação de medicamentos e tratamentos terapêuticos diversos. A partir de seu estilo comportamental e movimentos bruscos, a ocorrência destas lesões torna-se acentuada na espécie equina. (RIBAS et al., 2005). Conclusões: Ao abordar o estudo da Medicina Veterinária em equinos é possível observar o elevado número de casos existentes envolvendo lesões. O que revela a importância do manejo adequado e o cuidado com o ambiente, uma vez que as feridas mais comuns de ocorrer nessa espécie são as perfurantes e lácero-contusas, ocasionadas devido às cercas, troncos e administração de determinadas medicações de forma inadequada. Compreender os tipos de feridas são aspectos fundamentais para avaliar corretamente a progressão da ferida e estabelecer um protocolo de tratamento eficaz, impedindo a piora do quadro.

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ISSN 2179-1589

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