REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 17 (2023)

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ANÁLISE DO IMPACTO DE DIFERENTES PRODUTOS ANTISSÉPTICOS NA PREVENÇÃO DA MASTITE BOVINA - UMA REVISÃO DE LITERATURA

Milena Faria de Campos, Juliana França Monteiro de Mendonça

Resumo


Introdução: A mastite é definida como uma inflamação do parênquima mamário, e é considerada a patologia mais importante no setor leiteiro em todo o mundo, haja vista que é relatada como a causa mais comum de morte em gados de leite. Tal doença pode ser desencadeada, entre outros fatores, por microrganismos, e em especial, bactérias do gênero Staphylococcus. Assim, entre as possíveis profilaxias, está a higienização adequada dos tetos das vacas leiteiras com a utilização de antissépticos. Objetivos: Analisar o impacto da utilização de antissépticos na higienização preventiva contra a mastite em gados leiteiros.  Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura. A busca foi realizada nas bases PubMed e Google Acadêmico, tendo como critérios de inclusão a restrição aos últimos 5 anos, os descritores “mastitis”, “bovine”, “antiseptic”, “impact” e o booleano “and”. Foram encontrados 61 artigos e selecionados 4, publicados entre 2019 e 2023, excluindo-se os  trabalhos  que  não  atendiam ao recorte  temporal  delimitado ou à temática abordada. Resultados/Discussão: Notou-se que os principais antissépticos utilizados na higienização dos tetos são à base de iodo e/ou clorexidina. Além disso, foram percebidas novas formulações de iodo, que permitem diminuir as concentrações de iodo total, mantendo ou melhorando a atividade bactericida, o que pode ser vantajoso para evitar resíduos no leite e reduzir custos. Outrossim, em preparações à base de clorexidina e iodo como produtos de higiene, a incidência de mastite subclínica diminuiu 20,1% e 13,0%, respectivamente, em relação à não utilização do antisséptico. Ademais, a eficiência global da utilização dos meios de desinfecção dos úberes contra agentes causadores de mastite foi de 50%, o que resulta em uma diminuição, não só da contagem de células somáticas no tanque de leite, mas também do impacto econômico causado pelas perdas da mastite, que são estimadas em 78% pela redução da produção de leite, 8% pelos custos de tratamento e 14% pelo abate dos animais acometidos. Similarmente, ainda foi observada uma redução de infecções por Staphylococcus coagulase-negativos em 49% e de Corinobacterium bovis em 65,2%. Conclusão: Antissépticos à base de iodo e clorexidina mostraram-se eficazes na prevenção da mastite bovina. Além disso, foram encontrados resultados promissores quanto à redução das bactérias causadoras da doença e dos níveis de células somáticas no tanque de leite, o que impacta diretamente na qualidade do leite e produção leiteira.

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ISSN 2179-1589

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