Introdução: Os Equinos (Equus caballus) têm uma longa e rica história de convivência com os seres humanos. Eles desempenharam papéis vitais e auxiliaram no desenvolvimento de muitas sociedades. Nas últimas décadas, o desporto equestre tem sido alvo de desenvolvimento, dando origem a uma indústria. Devido à necessidade de otimizar o desempenho desportivo, tem havido crescimento e investimento em diversas áreas da Medicina Equina Esportiva. Dentre elas, destacam-se metodologias para diagnóstico de lesões musculoesqueléticas. A alta intensidade, falta de treinamento apropriado, superfícies inadequadas, desequilíbrios musculoesqueléticos e acidentes, geram uma considerável incidência de fraturas nesses animais atletas. A estrutura complexa da primeira falange a torna suscetível a várias tensões e forças biomecânicas. Ela é submetida a cargas de compressão, tração e torção além de fatores como velocidade e superfície de terreno. Objetivo: O presente relato tem por objetivo relatar sobre o tratamento da fratura de primeira falange do membro torácico esquerdo durante uma competição de polo em um equino adulto. Metodologia: O caso foi descrito a partir dos dados do prontuário do paciente e discutido com base em dados da literatura. Foi realizada pesquisa bibliográfica nas bases: Capes, Elsevier, Google Scholar, Pubmed, Scielo, das últimas três décadas, utilizando os descritores “Artrodese”, “Ortopedia”, “Equinos” “Fraturas de Falange”. Resultados/Discussão: No dia 08 de agosto de 2023,foi atendida no Hospital Veterinário Horse Center, localizado em Petropolis-RJ, um equino, fêmea, 413 kg, da raça Puro Sangue Inglês, 16 anos, atleta de Polo, com queixa de claudicação após o animal de lesionar durante uma competição. O animal apresentava bom estado geral de saúde, no exame físico não apresentou alterações nos parâmetros avaliados, com frequência cardíaca em 42 batimentos por minuto (BPM); frequência respiratória em 20 movimento por minutos (RPM); mucosas normocoradas; tempo de preenchimento capilar menor que 2 segundos. No exame de claudicação, observou o grau 3, no membro torácico esquerdo. Como exame complementar foi realizado o exame de radiografia, onde foi encontrada uma fratura na região proximal esquerda, que corresponde a primeira falange. A radiografia digital é uma técnica rápida e não invasiva para obter informações diagnósticas (RYAN, 2013). Após o diagnóstico, foi iniciado o tratamento medicamentoso com Triclormetiazida e Dexametasona (Diuzon) por via endovenosa, durante 5 dias SID e Firocoxibe (Firovet) via oral por 7 dias SID. Devido à gravidade do quadro do animal e do prognóstico, o mesmo foi encaminhado para o procedimento cirúrgico de artrodese interfalangial proximal que segundo (SCHAER ET AL. 2001), é o tratamento de melhor escolha para solides atlética do paciente. Para preparo cirúrgico do animal, foi realizado jejum alimentar por 12 horas. A cartilagem articular proximal foi removida por curetagem e foram feitos furos na face articular da primeira falange (P1) e na segunda falange (P2). Na artrodese o objetivo do cirurgião é estabelecer o alinhamento dos planos sagital e frontal das falanges proximal e medial, proporcionando ambiente mecânico e biológico propício à fusão óssea, com o máximo conforto e retorno precoce ao suporte de carga sem a imobilização externa (WATKINS, 2020). Para a artrodese foi utilizada placa de compressão bloqueada e fixada com parafusos. A síntese ocorreu no tecido subcutâneo e na pele, logo em seguida foi colocado bandagem e gesso para manter a estabilidade óssea na recuperação pós-operatória. Com a evolução do caso, o animal foi demonstrando uma progressão satisfatória. Portanto, devido a essa melhora clínica e a recuperação do seu estado geral, o animal recebeu alta após 17 dias. Conclusão: A artrodese é uma abordagem cirúrgica utilizada para tratar fraturas na falange proximal de equinos. Nesse procedimento, as articulações afetadas são fixadas de forma permanente, permitindo a fusão óssea e eliminando o movimento da articulação. A artrodese é considerada quando as fraturas são complexas, instáveis ou não podem ser tratadas de maneira segura por outros métodos. Apesar da importante melhora clínica e da locomoção, o animal teve um prognóstico ruim quanto ao retorno atlético.

ISSN 2179-1589