REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 17 (2023)

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CONDROSSARCOMA EM CAVIDADE NASAL EM CÃO - RELATO DE CASO

HENRIQUE LOURO AD'VINCULA MIRANDA, LUANA CANDIDO COLUCCI GOULART, TAMIRIS SERPA CARVALHO, WESLEY SANTOS DORNELLAS, RODRIGO GUERRA DE MELLO, LILIAN DOS SANTOS RIBEIRO

Resumo


Introdução: Condrossarcomas (CSA) são tumores mesenquimais caracterizados por proliferação de células e tecido intersticial, morfologicamente apresentam características cartilagíneas em diferentes estágios de desenvolvimento (LOPES et al., 2008). Condrossarcomas podem ser primários, quando originados de um osso anteriormente normal, ou secundários a um condroma preexistente (DO AMARAL et al., 2022). Geralmente apresentam crescimento lento, baixo índice metastático e são bem diferenciados. Classificados em dois subtipos:  mixóide (mais frequente), e mesenquimal (DO AMARAL et al., 2022). Nos cães, o CSA corresponde aproximadamente a 10% dos tumores ósseos (GONÇALVES, et al., 2012). Objetivos: O presente relato tem por objetivo, descrever o condrossarcoma em um cão acometido na região nasal, bem como descrever o processo de identificação, exames relacionados e o processo de ressecção cirúrgica dessa neoplasia. Metodologia: O caso foi descrito a partir dos dados do prontuário da paciente Belinha, atendida no período de fevereiro a março de 2023 no Hospital Veterinário Estrada Real. Para a revisão de literatura utilizou-se as bases do Google Acadêmico, Scielo Brasil, PUBVET, Periódicos Capes e Scopus, sendo selecionados artigos científicos do período de 2003 a 2023. A pesquisa foi conduzida por meio dos descritores “condrossarcoma”, “neoplasias respiratórias” e “neoplasia em cães”. Desenvolvimento: Foi atendida no Hospital Veterinário Estrada Real, em Juiz de Fora - MG, paciente canino, fêmea, sem raça definida (SRD), de 7 anos e 2 meses, com 15,3 Kg de massa corporal, apresentando dispneia pelo período de 1 ano, conforme relatado pelo tutor, e 30 dias antes do atendimento iniciou epistaxe nasal intermitente unilateral. Animal passou por atendimento em outro serviço veterinário, fora medicado com ácido tranexâmico e obteve melhora momentânea. Para uso contínuo foi prescrito prednisolona 20 mg BID (duas vezes ao dia), obtendo melhora significativa. Animal foi encaminhado para realização de tomografia computadorizada a qual constatou neoformação em seio nasal esquerdo. Em 2 de março de 2023 o animal foi internado para intervenção cirúrgica. No procedimento cirúrgico, foi realizada incisão mediana em região de seio nasal de aproximadamente 5 cm, seguido de divulsão do subcutâneo e com auxílio do afastador de periósteo foi acessado o osso nasal. Com broca de alta rotação, foi realizada uma incisão retangular com remoção de um fragmento ósseo de aproximadamente 0,5 cm x 3 cm no osso nasal direito. Acessando, portanto, a cavidade nasal e a neoformação. Auxiliado de hastes flexíveis estéreis e aspiração, removeu-se a neoformação. O tecido apresentava aspecto friável e vascularizado. Após remoção de todo conteúdo o leito foi lavado com solução fisiológica a temperatura ambiente. No fechamento da cavidade criada, utilizou-se tela de polipropileno Waltex® fixada por suas bordas à musculatura com pontos simples interrompido com Nylon 3-0, o subcutâneo reduzido em padrão simples contínuo com Vicryl 3-0. Dermorrafia em padrão simples interrompido com Nylon 3-0. O material coletado na cavidade nasal direita foi encaminhado para exame histopatológico, o qual indicou que a neoformação se tratava de um Condrossarcoma, com estroma mixóide, com focos de diferenciação condroide madura. Paciente mantido com colar elizabetano até remoção dos pontos. Segundo Andrade (2008), a principal forma de tratamento em pacientes com CSA, é a ressecção cirúrgica, com margens de segurança amplas, mitigando riscos de recidiva. Conclusão: A intervenção cirúrgica demonstrou-se eficaz e satisfatória, a qual foi possível ressecção da neoformação, que posteriormente foi classificada como condrossarcoma, possibilitando qualidade de vida ao paciente pós procedimento cirúrgico.


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ISSN 2179-1589

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