REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 18 (2023)

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CORREÇÃO DE DEFORMIDADE ANGULAR EM RÁDIO PROXIMAL UTILIZANDO A METODOLOGIA CORA EM CÃO - RELATO DE CASO

Kesley Brando Moreira, Brunna Silva Moreira

Resumo


Introdução: Deformidade angular consiste no desvio de um ponto específico de um osso longo em relação ao seu eixo normal, capaz de gerar alteração de múltiplos graus na biomecânica do movimento. Dentre as principais causas desse desvio, destacam-se o fechamento prematuro das fises de crescimento em consequência de traumas. A luxação articular e a osteoartrite são consequências secundárias tardias na ausência do tratamento precoce. Entretanto, a metodologia CORA (Center of Rotation of Angulation) vem sendo usada como tratamento de tais deformidades, com qual preconiza-se a definição do ponto central do desvio através de exames de tomografia computadorizada e radiografia digital, para sua correção por meio de osteotomias corretivas. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de deformidade angular em rádio proximal de um cão utilizando a metodologia CORA. Metodologia: Foi atendido uma cadela, da raça bulldog francês,  8 meses de idade, com histórico de dificuldade deambulatória progressiva e falta de apoio de ambos membros anteriores. Ao examinar viu-se arqueamento dos antebraços (deformidade valga), do lado esquerdo, algia e amplitude de movimento reduzida. Ao realizar o exame tomográfico, notou-se áreas de panosteíte, osteoartrite, luxação da cabeça radial, incongruência úmero-radio-ulnar, e fratura em diáfise ulnar. Através do CORA, estabeleceu-se o desvio patológico do eixo ósseo na região de epífise radial proximal. O animal foi encaminhado para cirurgia de osteotomia corretiva em cunha e estabilização com placa bloqueada em T em titânio, osteotomia ulnar e artrodese temporária com fixador externo linear. Resultados/Discussão: O pós-operatório revelou correção da deformidade valga, alinhamento do antebraço e congruência articular do cotovelo. Após 15 dias de pós-operatório, observou apoio do membro com claudicação, no qual foi realizada a retirada do fixador e encaminhamento para a fisioterapia. Com 90 dias de pós-operatório, notou-se retorno funcional do membro, porém a articulação mostrou-se com flexibilidade reduzida. Apesar do retorno funcional do membro e analgesia, os danos gerados pela osteoartrite são irreversíveis, considerando assim no presente caso, como uma medida de salvamento. Conclusão: Apesar da complexidade na correção e estabilização de deformidades em rádio proximal, a metodologia CORA demonstrou-se eficaz para o retorno da resposta funcional do membro.



ISSN 2179-1589

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